A União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) denunciou que os preços dos autocarros urbanos e suburbanos na Covilhã foram fixados acima do valor legal, medida que disse ser «uma vergonha».
Em comunicado enviado a O INTERIOR, a USCB anunciou que vai pôr a circular um abaixo-assinado pelos residentes no concelho a pedir a reversão dos atuais preços, a devolução «dos valores ilegalmente pagos» e que na região sejam aplicados programas de redução tarifária. «Estes aumentos são absolutamente escandalosos, inaceitáveis, inexplicáveis, ilegais e injustos e, por isso, merecem o nosso total repúdio e condenação», assumiu aquela estrutura sindical, adiantando que todos os passes sociais aumentaram o seu preço «acima dos 2,02 por cento determinados por lei».
A USCB acrescentou que a decisão da operadora Transdev foi tomada «com a anuência e/ou silêncio da Câmara da Covilhã» e o «escândalo dos escândalos» prende-se com os preços fixados para o passe mensal urbano + suburbano, que tinha um custo de 39,85 euros, devia passar para 40,97 euros e custa agora o pagamento de 47,25 euros. «Ou seja, mais 6,28 euros do que o legal, sendo que em relação ao ano de 2024 aumenta 7,40 euros», criticou a organização sindical afeta à CGTP. Para a União de Sindicatos, estes aumentos são «uma vergonha», tanto mais que «na Covilhã os passes aumentam, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa não sofrem qualquer aumento e na Comunidade Intermunicipal do Oeste, 13 concelhos, os transportes passaram a ser gratuitos».
No comunicado, a USCB exige ainda que na região «sejam aplicados os programas de redução tarifária, por forma que, no curtíssimo prazo, se efetive uma redução de 50% nos passes sociais urbanos, suburbanos e urbanos + suburbanos». A Câmara da Covilhã já justificou este aumento com o descongelamento da Taxa de Atualização Tarifária (TAT), mas acrescentou que vai tentar que esse valor não recaia sobre os cidadãos. Em comunicado enviado a O INTERIOR, o município sublinhou que a atualização dos preços decorre da aplicação da lei e do contrato de concessão com a Transdev.
Segundo a autarquia, o valor dos passes mantinha-se inalterado, «através de normativo do Orçamento Geral do Estado, entre 2020 e 2024, e, por razão do Orçamento do Estado para 2025, foi agora descongelado, levando a um aumento acumulado dos anos anteriores e a um aumento de 2,02 por cento no ano de 2025». No entanto, «no total dos aumentos verificados, importa salientar que este descongelamento da TAT representa um aumento de 15,5 por cento», a somar à variação dos salários e à variação dos combustíveis, outras componentes da fórmula de cálculo. Na mesma nota, a Câmara da Covilhã adiantou que vai diligenciar junto da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela «a possibilidade de reafetação das verbas do programa Incentiva +TP (antigo PART), para assumir estes aumentos».