Região

Concluído estudo de viabilidade técnica para reabertura da ferrovia entre Pocinho e Barca d’Alva

Troço
Escrito por Efigénia Marques

Estudo foi realizado pela Infraestruturas de Portugal e pelo Gabinete de Estruturas e Geotecnia

A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou, na passada quinta-feira, que os estudos de viabilidade técnica e ambiental para a reabertura do troço da linha do Douro, entre Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo) já estão concluídos.
A sua realização foi celebrada entre a IP e o Gabinete de Estruturas e Geotecnia (GEG) em novembro do ano passado, tendo custado cerca de 175 mil euros, mais IVA. Carlos Condesso, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, revela que as expectativas são «altas» porque se trata de um projeto importante para a região: «As minhas expectativas, bem como as de todos os cidadãos do meu concelho, é que a resposta por parte do Governo para a reabertura da linha seja positiva porque esperamos que esse estudo de viabilidade venha ao encontro daquilo que são as aspirações já muito antigas desta região, que é dar um sinal positivo para a efetiva reabertura deste troço, até porque tem um potencial enorme».
Carlos Condesso refere-se ao turismo porque a linha «faz toda uma ligação à Europa e porque chegam a Barca d’Alva (via fluvial) mais de 100 mil turistas por ano. Então porque é que por comboio não viriam esses turistas? Viriam muitos mais e seria um complemento à via fluvial», considera o autarca figueirense, que também não esquece as palavras da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na sessão de encerramento da cerimónia evocativa dos 20 anos do Douro Património Mundial há alguns meses: «É nestes momentos que temos que fazer cumprir a palavra dos governantes e eu digo isto porque a nossa ministra da Coesão Territorial afirmou que a abertura desta linha era um desígnio deste território, e que mal andariam os Governos que não apoiassem o projeto da linha do Douro. Portanto, este era um sinal do Governo, de que trataria Portugal como um todo e que os investimentos não iriam só para o Porto e para Lisboa».
Carlos Condesso conclui ainda afirmando que «o interior do país, toda esta região do Douro, a região fronteiriça, precisa de um sinal do governo de que ainda não abandonou estes territórios, e esse sinal era fazer um investimento na linha do Douro, porque há tantos anos que esta região da Raia não tem um investimento de vulto». Também João Paulo Sousa, presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, está a aguardar «com algumas expetativas» as conclusões deste relatório. «Queremos saber se realmente vai ao encontro das nossas aspirações, que são precisamente a proposta de reabertura da linha que liga o Pocinho a Barca d’Alva por parte do Governo», afirma o autarca.
Na sua opinião, o estudo em causa foi organizado «para tentar perceber quais eram as verbas que estavam em causa, quais são os indicadores que estão presentes na apresentação desse relatório para depois finalmente, de uma forma genérica, o Governo dizer se realmente vai avançar com a vontade de querer fazer a reabertura ou não. Eu penso que neste momento, por aquilo que nos chega, é que a vontade do Governo é fazer a reabertura da linha, mas estou na expetativa e bastante curioso por saber qual é o resultado desse relatório». O troço ferroviário entre o Pocinho e Barca d’Alva tem uma extensão de 28 quilómetros e foi encerrado em 1988. A sua reabertura tem sido badalada nas últimas décadas, mas nunca chegou a sair do plano das intenções.

 

Catarina Reino

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Efigénia Marques

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