Região

Concessão da Casa Grande, de Pinhel, a concurso no âmbito do REVIVE

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Escrito por Carina Fernandes

A cerimónia simbólica de lançamento do concurso de concessão da Casa Grande, em Pinhel, no âmbito do programa REVIVE, decorreu na passada quarta-feira. A iniciativa dinamizada pelos Ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças destina-se a recuperar imóveis com interesse patrimonial para fins turísticos.
O imóvel situado no centro da “cidade Falcão” integra uma nova fase deste programa e, segundo Rui Ventura, autarca pinhelense, representa «a esperança, por um lado, de recuperar um edifício emblemático e, por outro, de criar um tipo de oferta turística que ainda não temos no concelho». Quanto ao REVIVE, o presidente do município considerou que «em boa hora veio dar resposta àquilo que era o desejo da Câmara de Pinhel, associada à área do turismo, quer do Turismo de Portugal, quer Turismo no Centro, e todos em conjunto vamos agora trabalhar para procurar várias soluções junto daqueles que possam ser os possíveis interessados». O autarca disse não ter ainda conhecimento de potenciais investidores, mas acredita que a reabilitação da Casa Grande «vai acontecer, até porque Pinhel tem tido números muito evidentes do aumento do turismo e de visitantes e, portanto, não duvido que possa haver interessados».
Já a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, afirmou que esta é uma iniciativa de «grande importância» para a regeneração dos territórios, principalmente do interior. «Temos aqui uma oportunidade interessante que vamos ter que trabalhar no sentido de encontrar um operador económico que possa olhar com a atenção que o edifício merece», disse a governante. «Não se trata de alienar património. Trata-se de uma concessão que, tipicamente, tem a duração de 50 anos. Também estamos a falar de uma renda definida, mas que é um valor quase simbólico porque não é isso que nos move. E depois há naturalmente o compromisso do investidor requalificar o espaço e colocá-lo com a oferta turística que pretendida. No caso da Casa Grande estamos a falar, quiçá, de 20 quartos», adiantou Rita Marques.
Datado do século XVIII, o antigo Solar dos Antas e Meneses foi comprado mais tarde pelo primeiro Visconde de Pinhel e primeiro Conde de Pinhel, localiza-se na Praça de Sacadura Cabral, em frente ao Pelourinho. Esta casa nobre barroca acolheu os serviços da Câmara Municipal desde 1974 até 2012. Está classificada como Imóvel de Interesse Municipal desde 1982. O imóvel será concessionado por 50 anos para exploração com fins
turísticos, por uma renda mínima anual de € 5.869,57. O programa REVIVE pretende promover e agilizar os processos de reabilitação e valorização de património público que se encontra devoluto, tornando-o apto para afetação a uma atividade económica com finalidade turística. E com isso contribuir para «o reforço de atratividade dos destinos regionais, a desconcentração da procura e o desenvolvimento do turismo nas várias regiões do país, além de gerar riqueza e postos de trabalho», refere o Ministério da Economia. Na região, a iniciativa governamental vai permitir requalificar e reabrir o Hotel Turismo da Guarda, bem como o antigo Quartel das Esquadras, em Almeida.

 

Novidades «em breve» sobre Hotel Turismo

Em Pinhel, Rita Marques não adiantou muita informação sobre o ponto de situação do dossier do Hotel Turismo da Guarda, dizendo apenas que, «em breve, anunciarei novidades com o presidente da Câmara». A governante recordou que foram lançados recentemente dois novos concursos públicos e, «como se sabe, ficaram ambos desertos». Foram procedimentos «que lançámos em período especialmente difícil, na pandemia, o que inevitavelmente fez com que os investidores se retraíssem nalgumas oportunidades», justificou a secretária de Estado à margem da sessão pinhelense. O Hotel Turismo está encerrado e devoluto desde 2012.
O edifício foi um dos primeiros imóveis colocados a concurso no âmbito do REVIVE, mas não tem atraído investidores. A exceção aconteceu em 2018, quando o consórcio formado pela MRG Property e MRG Construction ganhou a concessão. No entanto, a reabilitação fracassou em 2020 devido às dificuldades financeiras do grupo MRG, que ainda tentou cessar a posição contratual, mas a Green Endogenous, SA também acabou por desistir do negócio. Perante este impasse, o Governo voltou atrás e reabriu novo concurso em novembro de 2021, que ficou deserto. Em fevereiro deste ano houve outra tentativa frustrada. O objetivo do Governo é concessionar a reabilitação e gestão do hotel guardense por 50 anos, por uma renda mínima anual de 35.317,80 euros.

 

Carina Fernandes

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