A “Casa do Bandarra” foi inaugurada em março de 2017 e desde então tem registado uma média de 1.300 a 1.400 pessoas por mês, de acordo com a autarquia.
O espaço é inteiramente dedicado a Gonçalo Annes Bandarra (1500-1556), natural de Trancoso, um sapateiro e profeta português, autor de trovas messiânicas que ficaram posteriormente ligadas ao sebastianismo e milenarismo português. Inserida no projeto Rotas de Sefarad – Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo Interculturas, a Casa do Bandarra é o primeiro centro de interpretação dinâmico, lúdico e educativo, sem nunca esquecer a parte científica. No piso zero o público pode encontrar várias frases e imagens de Bandarra. No piso superior há um vídeo sobre a vida e a obra do profeta trancosense e uma fonoteca com duas lendas, uma em inglês e outra em português, com as trovas de Bandarra.
Já no logradouro a autarquia reservou para os visitantes uma surpresa áudio – uma trova com arranjo musical. O espaço visa preservar e perpetuar a memória de uma personagem que faz parte da identidade dos trancosenses e dos portugueses, sublinha o município. «Com este centro, queremos valorizar e divulgar o poeta, profeta e sapateiro em todas as suas dimensões porque há muita gente que vem a Trancoso e quer saber mais sobre Bandarra e as suas trovas», sublinha Amílcar Salvador, presidente da autarquia.
A “Casa do Bandarra”, que resultou de um investimento da ordem dos 100 mil euros, fica em frente ao Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso, outro atrativo da cidade que aposta na valorização do seu passado e da sua judiaria. Mais antigo, este equipamento abriu ao público em novembro de 2012 após um investimento de 1,2 milhões de euros. O projeto de requalificação de um edifício situado junto ao Poço do Mestre e nas proximidades da Casa do Gato Negro, cuja fachada apresenta representações das Portas de Jerusalém e do Leão de Judá, entre outras, é da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne. O Centro Isaac Cardoso é um espaço de estudo, reflexão e conhecimento da presença hebraica na cidade e nas Beiras, acessível através de diversos recursos multimédia. Possui duas salas de exposições temporárias, a sinagoga, uma área museológica, um centro de documentação e áreas de apoio.