A Beira Interior foi palco da fase final do Concurso Vinhos de Portugal, cujo grande júri reuniu, na passada quinta e sexta-feira, na Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, na Guarda, para eleger os Grandes Ouros e os Melhores no Ano. Os prémios foram entregues na sexta-feira num jantar realizado no Centro Logístico de Pinhel. A Beira Interior tem dez vinhos distinguidos com medalha de ouro e prata.
O Melhor do Ano é o tinto Quinta Nova Vinha Centenária de 2019, produzido na região do Douro e que também conquistou o prémio de O Melhor do Ano Vinho Tinto (Blend). Entre as 1.385 referências de vinho inscritas, o grande júri do concurso promovido pela ViniPortugal premiou 423, tendo atribuído 35 medalhas na categoria de Grande Ouro, 101 de ouro e 280 de prata. Da região da Beira Interior foram distinguidos com medalha de ouro o D. Manuel I Doc. Reserva, Tinto, 2019 (Pinhel), o Dois Ponto Cinco Síria/Fonte Cal, Branco, 2020 (Belmonte) e o Quinta das Senhoras Dona Carolina Grande Reserva, Tinto, 2015 (Marialva, Mêda). A medalha de prata foi atribuída ao Alto da Lousa Reserva, Branco, 2021 (Belmonte), o Beyra Grande Reserva Tinto, 2020 (Figueira de Castelo Rodrigo), o Celebração 250 anos, Tinto, 2018 (Pinhel), o Encostas do Côa Doc. Reserva, Tinto, 2018 (Pinhel), o Quinta dos Termos Seleção, Tinto, 2021 (Belmonte), o Quinta dos Termos Reserva Vinha das Colmeias, Alfrocheiro, Tinto, 2020 (Belmonte) e o Synfonia Doc. Reserva, Tinto, 2016 (Pinhel).
Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, em declarações a O INTERIOR, revelou não ter memória «de um concurso com tanta qualidade de vinhos, ou seja, foi um concurso mais difícil para os provadores porque a qualidade foi muito alta». O responsável justificou a escolha da Beira Interior para acolher a reta final do concurso Vinhos de Portugal, dizendo que o objetivo é contribuir para promover o melhor da região, nomeadamente os vinhos. «Acho que é uma região que está um bocadinho injustiçada porque é pouco conhecida fora de Portugal. E como temos cerca de 30 convidados estrangeiros e muitos deles decisores de compras, grandes personalidades do mundo das provas, quisemos trazê-los à Beira Interior e mostrar-lhes um bocadinho o que é a região» para depois poderem falar e divulgar aquilo que experienciaram. «Os vinhos da Beira Interior estão claramente a subir a qualidade, só tenho pena que neste concurso não tenham participado com tanta quantidade como a que gostaria e isso depois também se nota nos resultados», lamentou Frederico Falcão.
Para Rodolfo Queirós, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), a escassa participação dos produtores locais no concurso deve-se à falta de possibilidades orçamentais. «Hoje em dia há muitos concursos e os produtores não podem participar em todos porque não têm orçamento para isso», afirmou. Já a vinda do concurso Vinhos de Portugal à Beira Interior é «o reconhecimento do trabalho da CVRBI ao longo dos anos, nomeadamente através dos seus produtores, e é importante para nós a região ter foco porque precisamos cada vez mais de ser conhecidos e reconhecidos. Além disso, foi uma honra ter aqui o Grande Júri a decidir os melhores dos melhores», considerou Rodolfo Queirós. Os vencedores das medalhas “Grande Ouro” e “Ouro” terão presença garantida em eventos internacionais que se realizem este ano, adiantou, entretanto, a ViniPortugal. A cerimónia de entrega de prémios contou com a presença da ministra da Agricultura. Maria do Céu Antunes.
Carina Fernandes