Região

Avançam estudos para retirar ensecadeiras que estão no rio Côa há 27 anos

Escrito por Luís Martins

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Rewilding Portugal e a Fundação Côa Parque celebraram um protocolo de cooperação que tem como objetivo remover os restos – as ensecadeiras – a que sobraram do início da construção da barragem de Foz Côa, que foi cancelada para salvaguardar as gravuras rupestres.

O diretor executivo da Rewilding Portugal lamenta que esteja «há 27 anos uma estrutura da barragem no fundo do rio Côa a afetar o normal fluxo do rio e provoque erosão nas gravuras rupestres». Pedro Prata adianta que se pretende «começar os trabalhos de estudo para a viabilidade da remoção do que ficou da barragem». Trata-se de uma estrutura de dimensões «significativamente grandes e em betão» que já deveria ter sido «retirada, mas nunca foram elaborados os estudos necessários para perceber a viabilidade da remoção». Na prática são «dois muros que cruzam o rio e criam uma barreira ao fluxo da água, que está desviado por um túnel e que, por sua vez, nunca teve manutenção e tem obstruções, fazendo com que, em caso de cheias, o caudal do Côa aumente a montante e crie danos no património arqueológico do parque», acrescenta o responsável.

Até ao final do ano, a APA, a Rewilding e a Côa Parque esperam já saber «como retirar a estrutura do fundo do rio». Como este estudo «nunca foi feito, não se sabe qual é a maneira correta para o fazer», mas o certo é que estes «muros que cruzam o rio criam danos no património arqueológico, criam fricção sobre as gravuras, que se estão a perder por consequência dessa estrutura. O estudo vai dizer-nos como retirar a estrutura para que seja restabelecido o normal fluxo do Côa e seja melhorada a qualidade ambiental», refere Pedro Prata. Há quase três décadas que as ensecadeiras da barragem estão no curso do rio.

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Luís Martins

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