A certificação do bracejo de Sortelha, no Sabugal, foi aprovada. É uma oportunidade de trazer mais reconhecimento para esta arte tradicional e artesanal de trabalhar esta planta.
Um passo importante para impulsionar a sua preservação vai ser a sua inscrição no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas para «garantir a qualidade e autenticidade da produção desta arte», afirma o presidente da Câmara do Sabugal. Vítor Proença recorda que «há quatro ou cinco anos» houve um atelier de bracejo, organizado com a Associação das Aldeias Históricas e a empresa que estava a construir o hotel termal do Cró. Na altura, vários artesãos construíram peças em bracejo para decorar aquela unidade hoteleira situada na freguesia da Rapoula do Côa. Agora, o município considera importante reavivar esta tradição e decidiu «desafiar a Associação de Desenvolvimento Local para que pudesse fazer uma certificação do bracejo e reativarmos o projeto “Entrelaços”», acrescenta Vítor Proença.
O bracejo é uma planta que cresce na zona de Sortelha e pode ser utilizada para fazer «peças decorativas, artesanato, peças mais robustas como móveis, etc,» e, como forma de a valorizar, o município raiano pretende, além da certificação, «criar um atelier para um ou dois artesãos trabalharem ao vivo de forma a que os turistas possam visitar este espaço e ver como se trabalha o bracejo», adianta o autarca sabugalense a O INTERIOR. Este espaço de promoção do bracejo pretende também servir de incentivo aos jovens dada a necessidade de «dar continuidade à tradição». Segundo o presidente da Câmara, «as pessoas que trabalhavam este produto já têm alguma idade, pelo que é necessário que os jovens sintam atratividade por este trabalho artesanal».