Existem atualmente 26 produtores de queijo Serra da Estrela com Denominação de Origem Protegida (DOP) numa área geográfica de cerca de 313 mil hectares, abrangendo 18 municípios da região Centro.
Sendo considerado um dos mais importantes e reconhecidos queijos portugueses, pela sua longa história, matéria-prima, métodos ancestrais de produção e resiliência das povoações serranas, o Serra da Estrela DOP é uma relíquia gastronómica de história secular, associada à riqueza dos recursos naturais da região, das pastagens, animais e pastores. Para o presidente da EstrelaCoop, Joaquim Lé de Matos, «tem sido com bastante satisfação que, ao longo dos anos, vemos surgir pastores e produtores mais jovens para compensar os que vão deixando a atividade. Já tivemos 30, 28, 25, 23 e neste momento temos 26 produtores» de queijo Serra da Estrela DOP.
Na feira do queijo de Celorico da Beira, a primeira do distrito da Guarda e uma das mais importantes da região, o dirigente da Cooperativa de Produtores de Queijo Serra da Estrela disse a O INTERIOR que no chamado “alavão” (de outubro a junho) «são produzidas 170 a 180 toneladas de queijo DOP, repartidas pelos 26 produtores, sendo que quatro ou cinco detêm a maior produção». Joaquim Lé de Matos referiu também que o preço do quilo de queijo Serra da Estrela DOP «chega aos 25 euros – valor de venda na referida feira, enquanto o queijo de ovelha amanteigado ronda os 18 euros». A diferença de preço tem a ver com a valorização do produto, já que «conseguimos criar um valor intangível, dando garantia de segurança ao consumidor, pegando num produto endógeno de origem portuguesa. Também temos feito todo um trabalho de valorização das fontes de rendimento do pastor, como sejam o leite, a carne e a lã», acrescentou Lé de Matos.
Nos 18 municípios da região demarcada «há 216 pastores, dos quais 140 fornecem leite para os 26 produtores DOP», referiu ainda o responsável, sublinhando que «gostaríamos de aumentar a quantidade de leite porque sabemos que a ameaça, em toda a cadeia de valor, está na origem, ou seja, no pastor e, sobretudo, a preocupação é tornar esta atividade rentável». O dirigente recorda que para ser denominado queijo Serra da Estrela DOP é obrigatório obedecer a vários requisitos, nomeadamente «ser produzido exclusivamente com leite de ovelha de raça autóctone Bordaleira ou Churra Mondegueira, produzido artesanalmente, passar por um controlo de qualidade através de uma entidade independente e também por um painel de provadores para determinar as suas características organoléticas distintas». Só assim, será referenciado como um dos queijos portugueses de maior reconhecimento nacional e internacional.
O ciclo das feiras do queijo Serra da Estrela prossegue em Seia no fim de semana e até terça-feira de Carnaval, e no domingo em Aguiar da Beira. Segue-se Fornos de Algodres, de 21 a 23 de março, e, por último, Gouveia, de 28 a 30 do próximo mês.
26 produtores garantem 180 toneladas anuais de queijo Serra da Estrela
Na região demarcada há 216 pastores, dos quais 140 fornecem leite para os produtores de queijo DOP
