Política

PSD pede «contenção verbal» a Cidália Valbom e Chaves Monteiro

Escrito por Jornal O Interior

Tiago Gonçalves considerou que cada um deve «saber ocupar o seu lugar» e apelou ao «diálogo, seriedade e bom senso» para que este caso não se repita no futuro

«É preciso que cada um saiba ocupar o seu lugar», aconselha o líder da concelhia do PSD da Guarda no rescaldo do caso Assembleia Municipal (AM) extraordinária. O recado foi deixado na quinta-feira por Tiago Gonçalves, numa conferência de imprensa que serviu para a secção social-democrata local reiterar a confiança política em Cidália Valbom.
Contudo, o dirigente e também deputado municipal não deixou de pedir «contenção verbal, seriedade, bom senso e diálogo» para resolver «as divergências» entre a presidente da Assembleia Municipal e o presidente da Câmara. Garantiu igualmente que a concelhia vai empenhar-se para que estas diferenças, que «ficaram patentes neste episódio, sejam debeladas em nome do regular funcionamento dos órgãos autárquicos». O líder social-democrata reconheceu o «caráter inédito» do desentendimento entre Cidália Valbom e Chaves Monteiro e disse esperar que no próximo agendamento de uma AM ordinária «se observem os procedimentos normais de informação, diálogo e concertação». Na sua opinião, foi isso que faltou neste caso e será essa a via para ultrapassar o diferendo.
Dois dias depois do PS desafiar o PSD a dizer se mantinha a confiança política na presidente da AM – que não é militante do partido –, Tiago Gonçalves admitiu ter discordado da realização desta sessão extraordinária e garantiu que a substituição da mesa «está fora de questão», tal como a demissão de Cidália Valbom «não está em cima da mesa». No entanto, se tal vier a acontecer, o PSD «saberá encontrar uma solução» no seio do seu grupo parlamentar. Já os socialistas foram acusados de «cinismo político» por terem manifestado disponibilidade para liderar uma lista à mesa da AM quando tal lugar não se encontra em aberto. «É lastimável que o PS queira assumir uma função que a população da Guarda claramente não lhe confiou», criticou o líder concelhio, lembrando que o PSD ocupa 61 dos 87 lugares daquele órgão deliberativo, entre deputados e presidentes de Junta.
«Os resultados eleitorais de 2017 no que à Assembleia Municipal dizem respeito mostram que o PSD obteve mais do dobro dos mandatos do PS», recordou, adiantando que se estivesse em causa a substituição da mesa da AM «não seria o PS a encontrar uma solução, a qual só existe dentro do grupo municipal do PSD composto por 27 deputados e 34 presidentes de Junta». Tiago Gonçalves acusou ainda o principal partido da oposição de «não ser um referencial de estabilidade» e de tentar «branquear a sua história recente», isto porque nenhum dos dois vereadores eleitos em 2017 – Eduardo Brito e Pedro Fonseca – está em funções neste momento, sendo o PS representado no executivo municipal pelo quinto elemento da sua lista.
«Quanto à Assembleia Municipal, o PS vai no seu terceiro coordenador de bancada em três anos depois das demissões de Joaquim Carreira e Agostinho Gonçalves», lembrou o presidente da secção guardense do PSD. Para Tiago Gonçalves, o que o PS quis nesta polémica foi «explorar um acontecimento em claro prejuízo da Guarda, acicatando os ânimos com vista a procurar alcançar os seus propósitos partidários».

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