Política

Monteirinho quer reunir com Luís Couto para resolver «algum tipo de situação mal resolvida»

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Escrito por Efigénia Marques

Declarações e críticas do vereador independente do PS na Câmara da Guarda surpreenderam militantes e dirigentes da concelhia local

Não caíram bem as declarações e críticas de Luís Couto há uma semana contra o PS e «alguns socialistas». António Monteirinho, líder concelhio, foi «apanhado de surpresa» e disse não entender esta tomada de posição do vereador independente na Câmara da Guarda.
A O INTERIOR, o agora deputado na Assembleia da República admitiu que as declarações do antigo candidato à autarquia em setembro de 2021 foram «uma surpresa para mim, para os membros da comissão política concelhia e também para os deputados do PS na Assembleia Municipal». Isto porque «há e têm ocorrido reuniões preparatórias das reuniões de Câmara com o senhor vereador e em nenhuma circunstância ou momento Luís Couto disse ou mostrou algum desagrado em relação ao que tem sido o trabalho realizado pelo PS», afirmou António Monteirinho, que vai reunir com o vereador para esclarecer o assunto. «Os problemas do partido são discutidos internamente e haverá certamente uma conversa para resolver algum tipo de situação mal resolvida», acrescentou.
O INTERIOR sabe que o caso está a agitar a secção local do PS, onde a imposição de Luís Couto como candidato nas autárquicas – a concelhia e a Federação tinham proposto António Monteirinho – foi inicialmente muito questionada pelos militantes. Entretanto, esta segunda-feira, o vereador voltou ao tema para esclarecer que das suas declarações «não se pode retirar que o problema está com o PS, mas é com parte do PS da Guarda», contrariando o título da última edição de O INTERIOR. O independente disse também não entender porque é que a comunicação social «considera a derrota de 26 de setembro de 2021 uma derrota histórica, falam sempre nisso mas não justificam e eu já disse que essa não é, para mim, a derrota histórica» do PS.
Há uma semana, Luís Couto teceu duras críticas ao partido, nomeadamente a alguns dos seus dirigentes, referindo que o PS «não soube estar» com a candidatura à Câmara da Guarda. O único vereador socialista afirmou ainda que a «derrota histórica» do PS não foi agora, mas quando os socialistas «perderam a Câmara da Guarda, dois vereadores e 7 mil votos», o que aconteceu em 2013 com a candidatura de José Igreja contra Álvaro Amaro (PSD). Oito anos volvidos, o candidato derrotado nas últimas autárquicas deu “um murro na mesa” e apontou o dedo aos críticos para garantir que, «hoje, não faria a lista da mesma maneira, isto é para mim muito claro. Provavelmente algumas pessoas não deveriam tê-la integrado, mas foi da minha responsabilidade porque deveria ter avaliado algumas situações de forma diferente».
Para Luís Couto, «as pessoas deviam olhar mais para o trabalho e deixar de olhar só para o próprio umbigo, porque assim fica muito complicado, as coisas nunca surtem efeito». O vereador disse também não perceber «a forma como se comportou muita gente» no seio do PS local. «Alguns elementos do PS começaram logo a colocar entraves à nossa candidatura, referindo que eu ia representar interesses e lançaram logo algum anátema sobre a candidatura. Acho que quem mais perturbou foram mesmo alguns elementos do próprio PS», considerou.

 

Luís Martins

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Efigénia Marques

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