Secretaria de Estado da subsistência municipal

Escrito por Pedro Narciso

A Guarda «não compreende, ou não quer compreender, que são os estudantes, que maioritariamente estimulam a economia local». Se estava a referir-se ao consumo de plástico, produção de urina e ruído, concordo em absoluto com as palavras do presidente da Associação Académica da Guarda (AAG), justificando per si a anemia crónica da economia do concelho. O IPG, com uma taxa de ocupação a rondar os 67%, de um total de 700 vagas, teve um resultado sofrível. Ainda assim, consegue agora, com 2.000 alunos, ter problemas de alojamento e má vizinhança que não tinha há 15 anos, com o dobro de alunos matriculados. Um estranho caso de divisão de alunos e multiplicação de problemas, a que não pode ser alheia a escolha do cartaz da Semana do Caloiro. Pela quantidade, já se poderia fazer numa garagem de pintura automóvel, e pela qualidade, que após a audição dos temas do principais artistas, ficamos com pena de não ter dado o nosso voto ao CHEGA ou ao PNR.
Mas a Guarda terá, economicamente, novos motores. Não nos esqueceremos de celebrar a vinda do Centro Nacional de Turismo do Interior, tal como recebemos as obras do Hotel Turismo e do Centro Nacional de Educação Rodoviária. Com uma chamada à PJ para comunicar o seu desaparecimento ou, em alternativa, fazendo um Cluedo fora do tabuleiro. Sabemos bem que a ingestão de queijo da Serra em campanhas eleitorais tem as suas nefastas consequências. Pior que a elevação do colesterol, é o hálito intenso a promessas esquecidas, ou coxas, pelo AVC isquémico orçamental que as deixa sem pernas para andar.
Num distrito e num concelho onde o trabalho pouco DURA, com investimento do paleolítico, Ana Mendes Godinho terá aqui um excelente campo de ensaios para que os chineses entrem na Europa. Espero que a virulência e propagação não seja a mesma da vespa asiática, mas quem tem António Costa e os cinquenta secretários de Estado aguenta bem com um grupo de nome Alibaba. É que com o prazer com que se tem enchido a gruta dos impostos, que deixou de responder ao “Abre Centeno”, e conhecendo as excelentes leis de proteção laboral do Bangladesh, ficamos com a sensação que alguém quer oferecer o corpinho dos outros ao sadomasoquismo sem vaselina.
Nesta legislatura, a Guarda contará ainda com um Ministério da Coesão Territorial, de clara inspiração no Ministério da Informação do Iraque de Saddam Hussein e uma excelente oportunidade de incremento de negócio, exportando-a para a Catalunha. Uma ministra da Coesão do bloco central que entra muito REVITAlizada e que poderia citar João Pinto, lateral do futebol Clube do Porto, afirmando “o meu coração só tem uma cor, o laranja e o rosa”. Desconhecendo se o objetivo é puxar Porto Santo para o Algarve, ou tornar o Pico a maior montanha de Portugal continental, se o objetivo for aproximar Aveiro de Vilar Formoso e Guarda de Lisboa bastar-lhe-à acabar com as portagens e gerir o declínio do Ministério durante três anos e meio.
Para ter um jogo da seleção nacional de sub-20 na cidade sacrificaram-se os praticantes da modalidade durante mês e meio com a interdição do uso do relvado municipal. Felizmente o esforço foi elevado aos microfones e câmaras do canal 11, quando o comentador classificou o estado do relvado de… Péssimo. É de enterrar a cabeça na relva, colocar alguém no cepo, no Pelourinho, ou continuar e fingir que está tudo bem e que o local mais indicado para colocar um segundo relvado sintético fica a 12 km da grande maioria dos utilizadores.
A aguentar o visto do Tribunal de Contas estavam os Passadiços do Mondego, agora desbloqueados e que irão custar qualquer coisa como 3,5 milhões de euros. Se não vale a pena continuar com o IMI elevado para uma obra desta natureza, que se pode ir embora num fogo, raros que eles são por ali, e podendo desfrutar do espaço na mesma, estivessem os trilhos limpos e marcados… Modernices. Razão tinha o banqueiro Ulrich que, em relação à capacidade de encaixe do contribuinte, dizia «não aguenta? Ai aguenta, aguenta…»

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Pedro Narciso

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