Para haver um novo testamento já houve um velho. Isto encaixa nas verdades de Palisse e, se todas as cartas de amor são ridículas, as outras, as sem amor, são estranhas e os sentimentos esdrúxulos que transmitem, são igualmente ridículos.
E depois os Raskólnikov´s, protagonistas da crise e do castigo, castigo esse que nos vão impingindo, de tão extraordinários que julgam ser, passam pela metamorfose do assim-assim transformando-se definitivamente no mais comum dos ordinários. Adriana Calcanhoto pergunta «porque é que tem de ser assim», subscrevendo eu que nem mil autofalantes vão poder falar por mim e, o grito de revolta, neste preciso momento, é indiscutivelmente muito forte. E ainda bem que assim é.
Falemos agora de melões. Dos melões vendidos pelo habitante do palácio pink ao longo de sete anos. Eu sei que a época ainda vem longe, mas mesmo assim analisemos dois tipos de melão: o de pele de sapo ou o gália rosa-laranja para percebermos que afinal este cucumis traz-nos problemas acrescidos nas mais diversas áreas e, naturalmente, nas nossas vidas e, isto tanto por lá como por cá.
E se o governo, com as suas estrondosas políticas, faz oposição a si mesmo numa estapafúrdia de leviandade, de criação de factos onde o desnorte é uma constante, contracena com uma oposição que também não é capaz de lidar com o escarro que a democracia deixou parir. Tirando o factor aritmético (ao que parece a direita matematicamente tem maioria, dizem as sondagens), esta oposição transmite apenas uma infeliz precipitação que se estende até à base.
A última Assembleia Municipal da cidade mais alta é bem o exemplo disso. C’os diabos… depois do que ali foi dito, é importante sublinhar o número divertido que se seguiu. Todos ou quase (aquilo até parecia a marcha da tropa – esquerda, direita, op, dois) unidos contra um (que querem que represente outro) e que, pelos vistos, se portou mal.
Tentar perceber porque a IVG não se faz no Hospital da Guarda é deveras importante mas, esquecer todos os outros problemas no funcionamento, listas de espera em inúmeras especialidades, a falta de pessoal, os relacionamentos, de tanta Barrancada permitida aos inhos e aos nandes. Então… em que ficamos e… depois esquecemos o centro histórico, o processo cultural, a habitação, a educação, os transportes, a criação de riqueza, o investimento, a rede viária, a defesa das freguesias rurais, as novas centralidades etc. etc. etc. que merecem debate num processo que, aí sim, a todos deve unir.
Curiosamente ou talvez não, a oposição ou as oposições vão-se entretendo em jogos palacianos, de bastidores e ódios de estimação utilizando a mínima coisita para causarem ruído, enquanto vão congeminando sábias estratégias (tipo gato escondido com rabo de fora) para verem se o melhor candidato alternativo é o deputado ou a ministra rosa e, se do outro lado, é melhor vir novamente o Amaro, o de Pinhel ou o Prata.
Estes Raskolnikov’s do sistema apenas sabem afirmar uma única coisa: a revolução bolchevique foi traída e… ficam-se por aí.
Pois bem, a carta de intenções (juntinha da direita à esquerda), afinal é igualinha a todas as outras. Vale o que vale. É ridícula, algo engraçada e alegremente hilariante e, é aqui que entra novamente o habitante dos últimos sete anos do palácio pink, agora especialista em melão:
Na Guarda esta mensagens da oposição ou oposições unidas traz consigo uma mensagem de grande melão e de grande cachola democrática.
Razão completa para Tordo na sua Tourada:
Aqui… nem importa sol ou sombra, porque entram galifões, aldrabões, marialvas, snob’s e até peões de brega (cuja profissão parece que não pega), e antes que acabem todas as canções o melhor é soarem olés aos nabos. Assim a coisa até é mais bonita…
Porquê…
“E se o governo, com as suas estrondosas políticas, faz oposição a si mesmo numa estapafúrdia de leviandade, de criação de factos onde o desnorte é uma constante, contracena com uma oposição que também não é capaz de lidar com o escarro que a democracia deixou parir.”