Já ouviu falar em anafilaxia? Saiba reconhecer e atuar!

«Anafilaxia é um termo que remete para o grupo de reações alérgicas mais graves, podendo ser fatais»

Anafilaxia é um termo que remete para o grupo de reações alérgicas mais graves, podendo ser fatais.
São múltiplas as causas que podem estar na origem de anafilaxia, consoante o estímulo que originou a reação alérgica. Causas alimentares, medicamentosas e picada de insetos são os principais responsáveis por episódios de anafilaxia.
No que respeita aos sintomas vivenciados, têm que estar envolvidos dois sistemas em simultâneo, como queixas respiratórias, (tosse e dificuldade respiratória) e/ou queixas cutâneas (prurido, urticária ou angioedema (inchaço) e/ou queixas gastrointestinais (vómitos, dor abdominal ou diarreia) e/ou queixas cardiovasculares (hipotensão ou perda de consciência). Quando estão presentes estes últimos sintomas (cardiovasculares) falamos em choque anafilático.
Tendo em conta que toda essa cascata de sintomas ocorre de forma muito rápida, a anafilaxia deve estar bem identificada e esclarecida por parte dos doentes e seus conviventes para que, caso ocorra, sejam tomadas medidas o mais rápido possível. Como tal, os doentes devem ser encaminhados para uma consulta de Imunoalergologia para estudo e realização de testes.
Na anafilaxia de causa alimentar devem estar devidamente identificados os alimentos que o paciente não pode ingerir nem contactar (leite, ovos, frutos secos ou outros). Nas crianças, é fundamental informar e alertar a escola e restantes familiares, para evitar ingestões acidentais, mesmo com quantidades vestigiais.
Quando a causa é medicamentosa, que pode acontecer com vários grupos farmacológicos, (antibióticos, anti-inflamatórios ou mesmo anestésicos), através da história clínica, realização de análises ou testes cutâneos, devemos informar os doentes e restantes médicos sobre quais as precauções que deverão ter, assim como encontrar alternativas seguras que possam vir a ser utilizadas.
Em relação à anafilaxia por picada de insetos, como abelha e vespa, devem ser tomadas medidas que reduzam a exposição a estes insetos e pode estar indicado, após estudo, tratamento com vacina específica que visa diminuir a sensibilidade dos doentes a estes agentes, minimizando a gravidade de futuras reações.
Nas restantes causas de anafilaxia não existe um tratamento específico. O que está indicado é a evicção do agente causal, o ensino dos doentes e familiares para reconhecerem a reação e o principal a fazer caso ocorra. Assim, como primeira linha de tratamento está indicada a adrenalina injetável, intramuscular. Esta medida pode salvar a vida do doente e existe disponível em canetas autoinjectáveis. Esta primeira medida interrompe a cascata da reação alérgica, mas não invalida que a pessoa seja observada em ambiente hospitalar para resolução do episódio.
Todas estas particularidades devem ser abordadas e esclarecidas numa consulta de especialidade de Imunoalergologia.

Sobre o autor

João Pedro Azevedo

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