Imaginemos uma aula com uma jovem que não consegue deixar de produzir ruídos. Imaginemos um menos válido ou um deficiente que não discorre um texto, não interpreta uma graça. Estão 26 na sala a tentar ouvir o professor. Estão a aprender Matemática. Ninguém ouve e ninguém aprende. De tarde por vez da descontração há explicações individuais. Os jovens com menos aptidão escolar são obrigados por determinação europeia a permanecer nas escolas para cumprir o 12º ano. Há programas para obrigar os professores a dar por válida a formação de quem é analfabeto ou incapaz de perceber a raiz quadrada ou o conceito de placa tectónica. Não tem importância que não saibam, pois a caminhada europeia é garantir a escolaridade mínima ao maior número. Certificamos que a mediocridade vai passar e atestamos ser um país extraordinário na Europa. A integração é como o discurso inclusivo, como a política de género, e consiste na subversão de coisas absolutamente óbvias para receber bênçãos e fundos de uma Europa cada dia mais burocratizada, cheia de funcionários sem capacidade de decisão e construídos num ensino cada dia mais facilitador da ascensão sem esforço. Os muito bons lá carregam o conhecimento e destacam-se. Cumprir programas exigentes e intermináveis não é fácil para quem quer ter boas notas. Já o que só quer ultrapassar esta fadiga tem a vida facilitada. São precisas burocracias intermináveis para chumbar um aluno. É quase impossível expulsar ou castigar um mal-educado, um bezerro que frequenta uma escola. Os professores estão numa cruzada justa contra um sistema ladrão de direitos, destruidor de mérito e sobretudo onde a falta de respeito escalou fronteiras. É isto que refere o sindicato dos polícias também. A banalidade da agressão da autoridade é uma evidência do estado doente da cidadania. Não estamos a integrar nada, estamos a fazer contorcionismo que está a levar a Europa a uma opção revoltada e cega.
Integração
“A banalidade da agressão da autoridade é uma evidência do estado doente da cidadania. Não estamos a integrar nada, estamos a fazer contorcionismo que está a levar a Europa a uma opção revoltada e cega.”