Guarda: 819 anos

A Guarda comemorou 819 anos sobre a concessão do foral por D. Sancho I, em 1199, à Guarda. Uma efeméride extraordinária, de uma cidade antiga, orgulhosa do seu passado, da sua história e que olha para o futuro com otimismo.
Depois de anos carregados de vicissitudes, de crise e despovoamento, o concelho da Guarda vai recuperando a sua motivação e tem hoje alguns projetos, de mudança e inovação, determinantes para a afirmação da cidade e essenciais para dar um “novo futuro” à Guarda.
Projetos cuja implementação, muitas vezes, tardam mais do que o desejado, mas que serão decisivos para recuperarmos o otimismo coletivo. Enquanto a nova unidade da Coficab vai sendo construída (150 novos postos de trabalho), o lançamento do Centro Nacional de Educação Rodoviária (que poderá ser desenvolvido em parceria com o IPG), o “campus internacional de escultura contemporânea” e a nova dinâmica do Museu, a candidatura a Capital Europeia da Cultura ou o projeto dos “passadiços do Mondego” são argumentos determinadores dessa construção de otimismo coletivo.
É assim que também nos regozijamos com a nova mensagem promocional da cidade: “Guarda.me” – uma assinatura que é definidora do crescimento de autoestima e que encerra o que de me melhor se pode oferecer aos de cá e aos que nos visitam, mas que exige um saber fazer e um saber receber, postura hospitaleira e mestria no acolhimento, capacidade de transmitir energia positiva, encantamento e vivências inesquecíveis. E é aqui que ainda há um caminho muito longo a percorrer, mas, como diria António Machado, o caminho faz-se caminhando.
Ao celebrar o aniversário da cidade, como todos os anos, foram homenageados alguns dos seus mais ilustres cidadãos. São cinco personalidades distinguidas com a Medalha de Mérito do Município, grau prata: Rosa Antunes, do “Conjunto Rosinha”, José Pires Freire, industrial de cobertor de papa, o padre Eugénio da Cunha Sério (a título póstumo), diretor do jornal “A Guarda”, David Rodrigues, ciclista, e o professor António José Dias de Almeida – intelectual distinto, homem das letras que ensinou e encantou gerações com a sua prosa, o seu saber e a sua cultura (António José Dias de Almeida foi colaborador e membro do Conselho Editorial de O INTERIOR nos primeiros anos deste jornal e foi, inclusive, convidado para diretor deste projeto jornalístico). Porque uma cidade também se faz de memória. De reconhecimento. De gratidão.

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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