A maior parte das investigações sobre memórias óticas envolve o uso da holografia para armazenar informação num bloco de material fotossensível (que modifica algumas das suas propriedades consoante o tipo de luz que incide sobre ele). Recordemos que a holografia é uma técnica que consiste em criar imagens tridimensionais com uma utilização específica de luz. Para o efeito, grava-se microscopicamente um material fotossensível com a ajuda de um raio laser.
A ciência dos hologramas foi desenvolvida na década de 40 do século XX pelo físico húngaro Dennis Gabor (1900-1979). Este cientista apercebeu-se que, se um feixe de luz, como o produzido por um laser, se divide em dois, uma de cujas metades ilumina um objeto (feixe de registo) de modo que a luz dispersada interfira com o feixe de luz sem perturbar (feixe de referência), então os dois formarão um padrão tridimensional do objeto. Se esse padrão de interferência fosse registado num meio fotossensível, como uma película fotográfica, a imagem tridimensional reapareceria quando a placa se iluminasse com o mesmo tipo de luz laser que o formou (feixe de reconstrução).
Por outras palavras, toda a “informação” representativa do objeto tridimensional é armazenada no holograma, pronta a ser descodificada por um feixe laser. Mas os lasers ainda não tinham sido inventados nos anos 40, pelo que não foi simples testar esta ideia experimentalmente. Quando os lasers passaram a estar disponíveis, nos anos 60, outros investigadores irromperam em cena para pôr em prática a ideia de Gabor. Fruto desses esforços são agora exibidos nas galerias de exposição e decoram cartões de crédito: imagens holográficas em que objetos 3D permanecem aparentemente suspensos dentro de uma superfície plana, com características periféricas que se tornam visíveis quando se observa a imagem de diferentes ângulos.