Dar nas vistas

Escrito por Santinho Pacheco

«Alarmismo e populismo na saúde é intolerável, mas são já a imagem de marca de certos políticos»

Disparar em tudo o que mexe é a estratégia de quem só quer dar nas vistas.

Acusar o Governo de falta de coragem e ser medroso, que prejudica quem quer trabalhar, é um discurso irresponsável, populista, demagógico e irracional.

O PSD votou sempre, na Assembleia da República, favoravelmente, todas as respostas à pandemia e sugeriu as medidas que entendeu. O uso obrigatório de máscara na via pública é uma delas. Vir agora atacar a situação quando não ajudou a encontrar a solução é a atitude de quem sempre se escondeu numa postura cínica do quanto pior melhor!

Se é assim no confinamento, com as portagens nas ex-SCUT ainda é pior.

«É indecoroso que o Governo não queira respeitar o Parlamento». Quem o diz é um deputado que tinha a obrigação de ser rigoroso e não pode alegar desconhecimento. O corte de 50% no valor das portagens das ex-SCUT, designadamente a A23 e A25, nunca esteve previsto para 1 de janeiro de 2021.

A proposta do PSD negociada com os partidos da oposição dizia, textualmente, que as alterações produzem efeitos a partir de 1 de julho; esses 6 meses seriam para o Governo encontrar mecanismos de acomodação da quebra de receitas que o diploma provoca, encontrar forma de tapar o buraco que criaram.

Na Guarda, alguma comunicação social menos atenta, acreditou na versão do “herói das portagens” e chegou a acusar o Executivo de travar a entrada em vigor dos descontos em 1 de janeiro. Até o Tribunal Constitucional foi envolvido na falsa informação, como se uma eventual fiscalização sucessiva da lei, num Estado de direito, fosse crime ou novidade.

Quem tem medo das decisões do Tribunal Constitucional?

Como não há duas sem três, em questões de saúde e pandemia, o PSD ultrapassou tudo o que era razoável utilizando o drama Covid-19 para falar em caos e tragédia no Hospital Sousa Martins. Uma provocação ao SNS e aos seus profissionais, os heróis do nosso tempo.

O que neste janeiro aconteceu nas urgências nem é exceção, nem novidade, e muito menos é inédito. Acontece muitas vezes; bem nos recordamos dos tempos de Passos Coelho e Paulo Portas…

No Hospital Sousa Martins não há caos nem tragédia, antes uma gestão controlada do acesso de doentes vindos de toda a região. Uma vez ali chegados são tratados e acompanhados, não deixando ninguém para trás.

Alarmismo e populismo na saúde é intolerável, mas são já a imagem de marca de certos políticos.
Vale tudo para dar nas vistas!

P.S.: Eleições Presidenciais? Tão previsíveis no presente como perigosas no futuro. MAS VOTAR SEMPRE!

 

Santinho Pacheco
Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda

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Santinho Pacheco

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