A história da humanidade é pontuada por eventos catastróficos – sismos, “tsunamis”, furacões, pandemias, e guerras – que moldaram um mundo de maneiras inimagináveis. Embora esses eventos tenham trazido sofrimento e destruição, também nos ensinaram lições valiosas sobre a importância da preparação, mitigação, aceitação, reestruturação e resiliência.
Um dos aspetos mais importantes da gestão de catástrofes é a preparação. A história mostra-nos que as sociedades preparadas tiveram uma oportunidade muito maior de sobreviver e recuperar de acontecimentos devastadores. Um bom exemplo é o Japão, que não só desenvolveu tecnologias de construção avançadas e sistemas de alerta precoce, como implementou uma cultura para a catástrofe, afinando planos de evacuação de tal modo rigorosos que resultam numa capacidade notável de lidar com terremotos e “tsunamis” com poucas perdas de vidas humanas. Na atualidade, o país conta com cerca de 60 centros onde se difunde informação, possibilitando experiências simuladas em cenários de desastre natural, para ensinar como as pessoas se devem comportar, mas também abrigar e proteger, já que o desconhecimento sobre o que esperar potencia o pânico.
Perante a calamidade, a educação desempenha um papel vital na mitigação. As comunidades podem aprender sobre os riscos que enfrentam e como preparar-se para eles. Isso inclui a educação pública sobre medidas de segurança, treinamento em primeiros socorros e conhecimento sobre como agir em situações de emergência. Se é impossível evitar catástrofes, minimizá-las não o é e a história ensina-nos que, em alguns casos, é crucial prevenir a inevitabilidade desses acontecimentos.
Daí que o estudo da história das catástrofes no mundo seja importante porque nos oferece uma visão preciosa sobre como enfrentar os desafios que o futuro nos reserva usando a experiência como elemento retificador. A preparação, a atenuação, a aceitação, a reestruturação e a resiliência são pilares essenciais da gestão de catástrofes e estas ligações podem ser aplicadas a nível local, nacional e mundial. À medida que enfrentamos ameaças crescentes e que as alterações climáticas mudam, o mais importante a reter é a aprendizagem, a forma única de promover um futuro mais seguro e resiliente.
Estes temas foram debatidos esta quarta-feira, 18 de outubro, no I Congresso Internacional de Proteção Civil e Media, promovido pelo Instituto Politécnico da Guarda.
* Professor adjunto convidado do Instituto Politécnico da Guarda