Porque será que a humanidade aceita os crimes da esquerda e abomina os da direita? Não sei se é de esquerda quem faz o empobrecimento da Guatemala e da Nicarágua até existirem hordas de pedintes que caminham para os Estados Unidos. Não sei se é de esquerda o bandido que atira tanques em Tiananmen ou na Venezuela sobre a população. Não sei se é de esquerda o Estaline da fome na Ucrânia e do arquipélago Gulag. Não sei se é de esquerda a interferência criminosa sobre a liberdade e a cultura com obrigatoriedade do realismo socialista. A verdade é que os partidos de esquerda defendem afincadamente uns extremistas e criminosos que mataram milhões de pessoas sob o signo da luta dos pobres contra os ricos. A ideia de que a luta de classes justifica a barbárie é tão verdadeira como a justificação da fé para matar os infiéis. Mas esta festa canhota de tirar burriés do nariz com a mão esquerda perdoa a porcaria de o fazer diante da avó tornou-se um lugar comum. Há uma esquerda que pactua com os campos de concentração, com o Holocausto, mas desde que levem bandeiras vermelhas. O povo “instrumentalizado” pelo imperialismo pode ser varrido a metralhadora. Os infiéis que defendem as PPP’s ou o fim do Estado total são bandidos que devem ser vilipendiados e mal tratados. Há uma esquerda fanática que matou todos os franquistas que lhe caíram nas mãos. O comportamento era exatamente igual ao da Falange, mas é justo por ser de esquerda. Eu, que sou ambidextro, tenho dificuldade com estes discursos emocionais e sem o peso da reflexão e da fundamentação humanista.