LISA é o acrónimo em inglês de Laser Interferometer Space Antenna (“Antena Espacial de Interferómetro Laser”), um projeto nascido, no princípio deste século, da colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA) e europeia (ESA). O seu objetivo era desenvolver e operar um avançado detetor de ondas gravitacionais no espaço. A LISA será capaz de detetar estas ondas mediante a medição de variações da separação entre massas de referência a bordo de três naves espaciais separadas umas das outras por cinco milhões de quilómetros.
A informação que a LISA proporciona irá dar-nos uma visão única de fenómenos extraordinários, como se pôde comprovar graças às históricas observações do LIGO (Laser Interferometer Gravitacional Wave Observatory) em setembro de 2015. A LISA fará um acompanhamento no tempo das fontes das ondas gravitacionais, para refinar a posição e a distância destes fenómenos e facilitar a sua deteção com outros instrumentos no espetro eletromagnético. Contudo, a LISA sofreu um sério contratempo, quando a NASA anunciou que não poderia participar por motivos financeiros. A Agência Espacial Europeia (ESA) reviu o conceito da missão para o adaptar a um projeto individual que tem previsto o lançamento para 2035. Esta nova missão consta de três naves que voarão formando um triângulo equilátero com um milhão de quilómetros de lado, descrevendo uma órbita em torno do Sol parecida com a terrestre. A missão observará as ondas gravitacionais medindo as variações minúsculas (de apenas um picómetro, bilionésima parte de um metro) que podem ocorrer no comprimento dos lados do triângulo, utilizando interferometria laser. Cada uma das três naves espaciais da Lisa contém dois telescópios, dois lasers e duas massas de referência de platina e ouro, dispostos em dois conjuntos óticos dirigidos às outras duas naves espaciais. A distância linear média entre a flotilha de naves e a Terra será de 70 milhões de quilómetros. Para eliminar as forças não gravitacionais, como a ligeira pressão que exercem as partículas emitidas pelo Sol nos três satélites da LISA, cada nave espacial foi construída de modo que as massas flutuem livremente no seu interior, usando sensores para determinar a sua posição em relação ao corpo da nave, e propulsores muito precisos para as manter no centro dos satélites.
A tecnologia em que se baseia a LISA deve ser previamente demonstrada por uma missão percursora lançada em dezembro de 2015, a LISA Pathfinder.