Na Atalaia, freguesia do município de Pinhel, há uma tradição que acontece há sete anos e que torna a aldeia mais apelativa nesta quadra. A ideia foi de Isabel Neves, quando, em 2014, decidiu enfeitar uma árvore gigante na aldeia com algumas rendas e um presépio para que a localidade se tornasse mais bonita. «Em 2016 houve alguns senhores a fazer renas em madeira e fomos adicionando, em 2017 já tínhamos burro e vaca e fomos aumentando», adianta Isabel Neves.
Dulce Saraiva é uma das moradoras que ajuda Isabel Neves nesta aventura e refere que é uma atividade «muito importante para a aldeia porque as nossas populações estão muito isoladas e estas iniciativas são muito boas para unir as pessoas». Isto porque as decorações são feitas por alguns habitantes da aldeia com madeira e ferro velho. «As pessoas estão mais envolvidas, principalmente a “juventude” sénior e é uma atividade que dá outra vida à aldeia», acrescenta ainda Dulce Saraiva.
Neste momento são já «cerca de meia dúzia de pessoas a participar, mas cada vez temos tido mais gente», afirma Isabel Neves, dizendo também que podiam ser mais. «Se cada um fizesse o seu presépio tínhamos a aldeia toda enfeitada, assim só temos duas ou três ruas», lamenta. Além de embelezarem as ruas e darem mais alegria à Atalaia, a dinamizadora acrescenta que para colocarem as decorações também acabam por limpar os recantos abandonados: «Limpámos espaços abandonados e casas caídas e pusemos lá presépios em miniatura, especialmente nas ruas onde não havia ninguém», refere. Nessas ruas e paredes, «temos os nossos “museus abertos”, que são um tear, um lagar e o forno comunitário, que também foram todos enfeitados», explica ainda Dulce Saraiva. Na Atalaia, são já dezenas as miniaturas e as decorações que dão cor neste Natal à aldeia, uma tradição com tendência para permanecer e crescer no futuro.
