P – Com um volume de negócios de mais de 12 milhões de euros em 2018, quais foram os resultados em 2019?
R – O volume que indica refere-se apenas à atividade da Olano Logística do Frio, a qual se deve juntar a atividade da Olano Portugal Transportes, num total de 18,5 milhões de euros. Assim, podemos afirmar que o grupo Olano faturou em Portugal 30,5 milhões de euros em 2019, registando um aumento da sua faturação global da ordem de 4 por cento.
P – A Olano é cada vez mais o operador de frio de referência em Portugal, quais são as vantagens da empresa por estar instalada no interior?
R – Temos várias vantagens em estar na Guarda. Desde logo, por a cidade ser a porta de entrada na Europa. O perfil dos nossos clientes é essencialmente o de grandes empresas exportadoras, como tal está praticamente no centro da Península Ibérica, é ter os seus produtos na “casa” dos seus consumidores.
Estar na Guarda é também motivo de proximidade para algum dos nossos principias clientes, pois estamos nalguns casos a distâncias de 50 ou a 200 quilómetros. Se estivéssemos em Lisboa não conseguiríamos ser competitivos nos mercados onde estes clientes se inserem.
P – Quais os constrangimentos mais relevantes por estar localizada na Guarda?
R – Sem dúvida que alguns dos custos da interioridade como as portagens, ou os custos elétricos, pesam, e muito, nos resultados da nossa conta exploração como de muitas outras empresas aqui instaladas. Espero sinceramente que, pelo facto da nossa Ministra da Coesão ser uma profunda conhecedora do interior, possamos todos retirar mais valias nesses aspetos mais negativos.
P – E o futuro da Olano na Guarda?
R – O futuro deve ser continuar a desenvolver soluções para os nossos clientes ao nível logístico e captar novos clientes que permitam ter novos desafios, ou procurem novas soluções logísticas.
P – Já têm falta de espaço nas vossas instalações na plataforma logística da Guarda? Está previsto mais um pavilhão de frio? Vão ser cada vez mais o “armazenista” dos industriais portugueses que exportam produtos alimentares?
R – De momento temos soluções que permitem “rececionar” 35.000 paletes, com taxas de ocupação muito agradáveis do ponto de vista de exploração. Esta capacidade de armazenagem em temperatura negativa e positiva é, a nível nacional, uma das maiores, senão a maior (concentrada num só local).
Como operadores logísticos que somos é também importante desenvolver outras soluções noutros locais. Nesse sentido, temos a funcionar em Lisboa, em parceria com um dos nossos clientes, um centro de “cross docking” e procuramos construir outro no Porto. Por outro lado, estamos a olhar muito atentamente para o mercado italiano, onde temos uma atividade muito interessante na distribuição de congelados exportados por muitas empresas portuguesas.
Certamente que, a médio prazo, toda esta “expansão” nos pode “obrigar” a crescer mais em armazenagem na Guarda. A empresa completou em Portugal 10 anos na “aventura” de armazenagem frigorífica no interior do país – algo que, na altura, parecia de uma grande loucura ou utopia – e a resposta dos nossos clientes tem sido muito positiva e interessante, como tal não podemos dececioná-los.