Cultura

TMG garante 800 mil euros para programação

Tmg
Escrito por Efigénia Marques

Apoio da Direção-Geral das Artes vai ser repartido por quatro anos no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses

O Teatro Municipal da Guarda (TMG) vai receber 800 mil euros para programação, no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP). A candidatura foi aprovada num concurso aberto pela Direcção-Geral das Artes.
Na conferência de imprensa realizada esta terça-feira, o presidente da Câmara da Guarda destacou a importância da aprovação da candidatura submetida em dezembro de 2021 e sublinhou que a mesma foi realizada «pela mão deste executivo». Sérgio Costa ironizou ao dizer que, «de repente, parece que todos tinham trabalhado para isto, é verdade, todos trabalharam para isto nestes quase 17 anos de TMG, a começar pelas equipas técnicas e dirigentes que foram acompanhando a programação, mas foi este executivo que, ao ouvir os técnicos, tomou esta decisão». A candidatura, assente «no saber, na capacidade e nas possibilidades deste nosso equipamento cultural, da sua equipa técnica, dos seus colaboradores e trabalhadores», foi aprovada com o apoio máximo, decisão que contemplou apenas 12 teatros municipais do país, sublinhou o edil guardense.
«É um sinal da política descentralizadora da cultura no país. É certo que os municípios também têm a sua responsabilidade na programação cultural, em fazer e promover cultura, e esperamos que no futuro outros apoios se possam seguir», acrescentou o autarca. Para Sérgio Costa, a aprovação destas verbas «é sinal que a obra do TMG foi bem pensada, bem feita e bem acompanhada», considerando por isso que «todos os que por aqui passaram, nas mais diversas funções», devem ser «valorizados, sem exceção». O regulamento da candidatura compromete o município a atribuir «uma verba nunca inferior ao dobro do seu orçamento anual, e ao longo dos próximos quatro anos, pelo que enquanto estivermos na governação da Câmara teremos uma verba muito próxima dos 500 mil euros anuais para a programação do TMG até 2025 (200 mil euros provenientes da DG-Artes e 300 mil euros atribuídos pelo município). É um valor, que arrisco dizer, nunca foi investido em cultura no nosso concelho e no TMG», sublinha Sérgio Costa.
Contudo, o júri do concurso apontou algumas lacunas ao teatro municipal, mas «faremos das fraquezas forças e este apoio também foi atribuído para nos fortalecer», realçou, adiantando que esta candidatura insere-se na reformulação cultural do município em curso para «chegarmos a todos os públicos». Por sua vez, Victor Afonso, diretor do TMG, fez questão de sublinhar que a decisão da DG-Artes teve em conta «os 17 anos do Teatro Municipal da Guarda e a avaliação artística e técnica dos próximos quatro anos». E referiu que com este apoio «conseguimos chegar ao pelotão da frente dos teatros apoiados com o montante máximo, o que é um reconhecimento do trabalho, qualidade e excelência de programação desenvolvido nestes 17 anos».
Além do TMG, também a Casa Municipal da Cultura de Seia viu a candidatura ser aprovada e vai receber 600 mil euros, já o Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, foi comtemplado com 200 mil euros. Os valores serão distribuídos entre 2022 e 2025.

Luís Couto quer «20 por cento» para salas de Famalicão e Gonçalo

Na última reunião de Câmara, o vereador socialista Luís Couto apresentou uma proposta para que fosse atribuido a cada um dos «centros culturais» de Famalicão e Gonçalo «o equivalente a 20 por cento dessa verba», agora que a autarquia tem «um orçamento próprio para a programação do TMG que o Governo vai subsidiar em parte com 800 mil euros para quatro anos». Para o independente, aqueles equipamentos são «duas estruturas que podem ajudar, e muito, e contribuir, e muito, para a cultura no concelho».
Também o vereador Carlos Chaves Monteiro (PSD) sublinhou que com o antigo executivo eram transferidos 6 mil euros por ano para pagar despesas da Casa da Cultura de Famalicão e do Centro Cultural de Gonçalo. Na resposta, Sérgio Costa adiantou na conferência de imprensa que existem apoios para as duas instituições, «de forma a descentralizar a cultura», tendo acrescentado que se está a estudar a possibilidade de atribuir «uma verba em função de um plano de atividades apresentado ao município pelas principais salas de espetáculos do mundo rural do concelho, Famalicão e Gonçalo».

 

Emanuel Brasil

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