«A APDR visa contribuir para a inovação, o aprofundamento e a divulgação de conhecimentos no âmbito do desenvolvimento regional»
P – Como surgiu a oportunidade de assumir a presidência da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional (APDR)?
R – Resultou de uma ligação antiga com esta prestigiada associação, que remonta a novembro de 1996, aquando da realização da IV Conferência Nacional da APDR na Universidade da Beira Interior (UBI), na qual participei como membro da equipa de estudantes que tratou das relações públicas deste evento científico. Em julho de 2017 tive a responsabilidade de organizar a XXIV Conferência Anual da APDR na UBI e no último triénio de 2020-2022 integrei a direção da Associação, cujos membros me incentivaram a liderar uma candidatura. A mesma foi subscrita pelos associados da APDR, com uma base de apoio nacional, mobilizando representantes de instituições de ensino superior universitário e politécnico, bem como de outras entidades públicas nacionais.
P – Para quem não conhece a associação, quais são os seus principais objetivos e áreas de intervenção?
R – A APDR quer contribuir para a inovação, o aprofundamento e a divulgação de conhecimentos no âmbito do desenvolvimento regional, promover a troca de informação e experiências entre os seus associados e profissionais de instituições diversas. Pretende também proporcionar o encontro multidisciplinar entre as disciplinas envolvidas na ciência regional e fomentar a colaboração entre a Universidade e a Administração Pública, tendo em vista uma mais estreita ligação entre o conhecimento científico e a prática do desenvolvimento regional, bem como as políticas públicas de coesão e de desenvolvimento regional sustentável.
P – Enquanto presidente, quais são os seus objetivos para o triénio 2023-2025?
R – São reforçar e internacionalizar a participação no congresso anual da APDR, explorando novos formatos híbridos de participação e revisão por pares, criando painéis de políticas públicas e organizando visitas de campo. Organizar um workshop temático por ano com a participação de académicos, agentes de desenvolvimento e agentes de políticas públicas. Outro objetivo é criar a Academia de Ciência Regional para investigadores juniores e seniores. Queremos também melhorar o posicionamento da Revista Portuguesa de Estudos Regionais (RPER), visando a indexação na “Web of Science” e reforçar a presença de associados da APDR nos conselhos editoriais de publicações internacionais de Ciência Regional. Aumentar a participação dos membros da APDR nas associações supranacionais e seus órgãos, celebrar protocolos de cooperação institucional entre associações internacionais, ordens profissionais, agências nacionais e regionais, Comunidades Intermunicipais, municípios e Antenas de Desenvolvimento Rural e, por último, organizar um congresso internacional da European Regional Science Association (ERSA) ou da Regional Science Association International (RSAI).
P – Quem é a restante equipa que o acompanha na direção da APDR?
R – A direção para o triénio 2023-2025 integra representantes de instituições de ensino superior universitário e politécnico, bem como de outras entidades públicas nacionais, com atividade reconhecida nos diferentes campos disciplinares da ciência regional. Deste modo, pretende-se garantir uma abrangente distribuição espacial, a nível nacional, e o reforço da participação de mulheres nos órgãos sociais da APDR tendo por base o compromisso, a inovação, a experiência e a sabedoria da equipa proposta. A direção é formada pelo(a)s vogais Maria da Conceição Rego (Universidade de Évora); João Lourenço Marques (Universidade de Aveiro); Patrícia Coelho de Melo (Universidade de Lisboa) e Paula Fernandes (Instituto Politécnico de Bragança). O editor da RPER é José Cadima Ribeiro (Universidade do Minho). O presidente da mesa da Assembleia-Geral é Rui Nuno Baleiras (Universidade do Minho e Assembleia da República), sendo acompanhado dos vogais Francisco Carballo-Cruz (Universidade do Minho) e Paulo Neto (Universidade de Évora). O Conselho Fiscal é presidido por Lídia Madureira (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), contando com os vogais Jorge Miguel Silva (Universidade da Beira Interior) e Celso Lopes (Ministério da Agricultura).
P – Qual é o balanço que faz da situação atual da APDR?
R – A APDR é a secção portuguesa da European Regional Science Association (ERSA) e tem atualmente cerca de 160 membros, que desenvolvem as suas carreiras em instituições académicas ou noutras entidades públicas e privadas ligadas à ciência regional. É responsável pela edição da Revista Portuguesa de Estudos Regionais (RPER), que é uma publicação científica de circulação internacional, com indexação na SCOPUS. Organiza a conferência anual que, este ano, irá ocorrer em julho, em Guimarães, e tem vindo a trabalhar uma candidatura que visa acolher em Portugal a edição de 2024 da conferência anual da ERSA, na Ilha Terceira, nos Açores.
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João Carlos Correia Leitão
Idade: 51 anos
Naturalidade:Aldeia do Carvalho (Covilhã)
Profissão: Professor universitário e economista
Currículo: Professor associado com agregação da UBI; Diretor da UBI Executive Business School; Vice-coordenador do NECE – Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais da UBI; Investigador colaborador do Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico (CEG-IST) e investigador associado do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa
Livro preferido: “O Homem Que Plantava Árvores”, de Jean Giono (1953)
Filme preferido: “A vida é bela”, de Roberto Benigni
Hobbies: Caminhadas, ténis, leitura e fotografia de natureza.