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Votos a malta alheia

Observatório de ornitorrincos

Há brancos e nulos

E a abstenção,

Assim são os votos

Do meu coração.

Voto, que te estendes

Pela Europa fora;

Ovelhas que agora

O tratado vendes.

Bruxelas, não rendes

Barroso no Verão,

Nem eu as lembranças

Do Estado-Nação.

Gajos que votais

Com contentamento,

Vosso mantimento

Não aguenta mais;

Isso que levais

Não são votos, não;

São as nossas vidas

Por procuração.

(adenda contemporânea)

Povo, afinal

Votas no Rangel?

Pergunta com fel

O Doutor Vital.

Vê-se em Portugal

Tanta roubalheira

Que se vai embora

O Doutor da asneira.

Portas, qual de vós

Chorou de emoção

Nesta eleição?

A Laurinda e nós,

Não se sintam sós,

Chorámos também.

Ela por não ir.

Eu por não ter quem.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

Votos a malta alheia

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