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Volte-face na Radiologia

Administração do hospital da Guarda deferiu licença sem vencimento de Graça Simões

A directora do serviço de Radiologia do Hospital Sousa Martins vai mesmo ter que gozar um ano de licença sem vencimento. Graça Simões foi surpreendida a meio da semana passada pela confirmação de que o Conselho de Administração (CA) não tinha aceite o seu pedido de revogação por «não ver vantagens em tal decisão». O despacho foi-lhe comunicado por José Cunha, director clínico, e representa mais um volte-face num caso que tinha sido dado como encerrado pelo CA. O pedido vigora desde o início do mês e afasta a médica por um ano do hospital e da direcção de Radiologia, uma situação que volta a suscitar as movimentações de alguns médicos, que exigem explicações da administração e querem saber o que vai acontecer num serviço com falta de especialistas.

Regressada de férias, Graça Simões recusou-se a comentar o assunto, mas adiantou que só avançou com o pedido de suspensão da licença sem vencimento por sugestão do CA após uma reunião com Isabel Garção, directora do Sousa Martins. A médica revelou ainda estar a ponderar apresentar a sua versão dos acontecimentos numa conferência de imprensa nos próximos dias. Quem já está a procurar respostas são alguns dos médicos subscritores de um pedido de esclarecimento enviado a Garção no início de Agosto, numa altura em que a médica de Seia que era suposto ingressar no Sousa Martins já declinou o convite. Este parece ser o epílogo polémico de um caso que terá ficado a dever-se à entrada em funcionamento do aparelho de Tomografia Axial Computorizada (TAC), à escolha pelo CA como interlocutora neste processo de Salomé Araújo, a nova radiologista, e à contratualização com o marido desta de alguns exames mais específicos. «Graça Simões propunha atrasar a abertura do TAC para meados de Setembro, nós pretendíamos ter o equipamento a funcionar em velocidade de cruzeiro até finais desse mês», contou Isabel Garção a “O Interior” em meados de Agosto, garantindo que se a administração do hospital não tivesse tomado esta decisão, o TAC «ainda não estava em funcionamento nesta altura».

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