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Vladimir Efimkin conquistou a amarela na subida à Torre

Cândido Barbosa e Francisco Perez mantêm-se como os grandes favoritos ao título

O russo Vladimir Efimkin assumiu no domingo a liderança da 67ª Volta a Portugal em Bicicleta, ao conquistar na terceira etapa a camisola amarela ao colombiano Jeobany Chacon (ASC – Chenco Jeans). O jovem de 23 anos, corredor da equipa britânica Barloworld, dominou por completo os 156,2 quilómetros que ligavam a Lousã ao Fundão, destacando-se assim como um dos favoritos à conquista do título, a par do espanhol Francisco Perez e Cândido Barbosa, que ascenderam ao segundo e terceiro lugares na classificação geral, respectivamente.

Naquela que foi a primeira grande etapa de alta montanha, o corredor da Barloworld colocou-se em fuga nos primeiros quilómetros da partida e nem a subida à Torre, na Serra da Estrela, o fizeram perder a dianteira sobre os seus adversários mais directos. Chegou isolado à meta no Fundão, com uma vantagem de 1,51 minutos sobre o catalão Francisco Perez (Milaneza-Maia) e de 2.08 minutos sobre Cândido Barbosa (LA-Liberty), que chegou aos últimos metros do fim da prova colado ao espanhol Adolfo Garcia Quesada (Comunidad Valenciana). Tudo começou em Arganil, onde o jovem russo passou em segundo a primeira das três metas volantes colocadas no percurso. Ao 87º quilómetro, na subida para o Sabugueiro, Efimkin colocou-se na frente da corrida, e passou isolado a meta volante colocada em Seia em direcção à Torre, ganhando assim uma vantagem de 2.53 minutos sobre o catalão e 4.19 sobre o grupo de Cândido Barbosa e de Claus Moller (Barbot -Pascoal) – que venceu a Volta em 2002. A proeza de Efimkin valeu-lhe também a camisola azul de montanha, que juntou ainda à vermelha da juventude.

Só na descida para a Covilhã é que Cândido Barbosa conseguiu recuperar os quase dois minutos de atraso na subida ao ponto mais alto de Portugal, conseguindo assim conquistar o terceiro lugar na geral. Cândido Barbosa, camisola branca, é o ciclista português com mais etapas ganhas nas várias edições da Volta a Portugal – treze no total – sendo, por isso, um dos grandes favoritos ao triunfo final desta edição.

Já a quarta etapa da Volta, que ligou segunda-feira Penamacor a Castelo Branco, foi ganha pelo português Rui Lavarinhas (Riberalves – GoldNutrition). Embora não tão árdua como a anterior, esta foi a tirada mais longa de toda a prova, com 216,7 quilómetros. Apesar de ser de dificuldade média, os ciclistas tiveram que enfrentar um prémio de montanha de quarta categoria em Idanha-a-Nova, outro de terceira categoria na Serra Muradal, depois um de segunda categoria na Serra dos Alvelos e novamente um de quarta categoria em Proença-a-Nova. Pelo meio, enfrentaram ainda três metas volantes em Oledo, Oleiros e Moitas. Efimkin manteve a amarela e a liderança na geral, à semelhança de Francisco Perez e Cândido Barbosa, fruto do tempo perdido por Lavarinhas na subida à Torre no domingo.

Volta pela primeira vez em Penamacor

Penamacor foi o ponto de partida para a quarta etapa da 67ª edição da Volta a Portugal. Foi a primeira vez, em quase sete décadas de existência, que este concelho raiano acolheu uma etapa da prova rainha do ciclismo nacional. Aproveitando a presença da Volta nas estradas da Beira Interior durante quatro dias, a autarquia penamacorense agarrou a oportunidade para se associar ao evento e assim «promover» turisticamente o concelho, salienta António Cabanas, vice-presidente da Câmara local. E a aposta parece ter sido ganha ao arrastar até Penamacor toda a «panóplia» de jornalistas que cobrem o evento. Além disso, o concelho beneficiou ainda de «uma hora do programa da Praça da Alegria, na RTP» dedicada exclusivamente às suas potencialidades. É claro que houve um conjunto de «circunstâncias», como a «ajudinha da Naturtejo», que permitiram trazer até Penamacor uma etapa da prova, sublinha António Cabanas, referindo que o preço a pagar foi «muito abaixo» dos 600 mil euros exigidos aos municípios, sem no entanto revelar o montante envolvido. De resto, apenas elogia a «organização» pela dinamização do evento. «A adesão da população foi em massa», avalia.

A Volta despede-se hoje da Beira Interior ao partir de Trancoso em direcção a Fafe, numa extensão de 173,1 quilómetros. Ontem, e após um dia de descanso, os ciclistas saíram das Termas de Monfortinho em direcção a Gouveia, percorrendo 183,7 quilómetros e passando, mais uma vez, pela Serra da Estrela. A mítica chegada à Torre, e que era tida desde 1999 como a etapa rainha, não decorreu este ano por não se ter chegado a acordo com a Covilhã nem com Seia. A prova termina na segunda-feira em Viseu.

Liliana Correia

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