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Vitória oferecida em bandeja dourada

Souropires e Sporting da Covilhã eliminados da Taça de Portugal

Na arte beirã de bem receber, o Souropires “deu” dois de avanço ao Almancilense e ficou a um curto passo de fazer história na Taça de Portugal, já que só a Desportiva da Guarda havia chegado à terceira eliminatória. Ficaram assim prostradas no relvado, do Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, as pretensões do Souropires em passar à quarta eliminatória e poder jogar com um “grande” do futebol nacional. Mas muito por culpa própria.

O jogo começou muito fraco, num ritmo lento e sem qualquer oportunidade de golo digna de registo até aos 20’. Contudo, nem a jogada do primeiro golo foi lance de perigo! Cobra, que jogou no lugar do habitual titular Valezim, saiu a uma bola alta sem qualquer perigo e, provavelmente traído pelo sol, deixou-a anichar-se pela primeira vez nas suas redes. O jogo prosseguiu numa toada não muito forte, em que o Souropires raramente procurou contrariar a adversidade. Na primeira parte registo apenas para uma única e clara situação de golo, com Cédric a chutar forte à entrada da grande área e a bola a ser desviada para as laterais. Solto, Milford, o mais inconformado, tirou tinta à base do poste esquerdo da baliza defendida por Feijão. No reatar da partida deu a sensação de que o Souropires queria virar o resultado, mas uma nova infantilidade comprometeu tudo. Fernando, o único natural da aldeia, perdeu a bola numa finta à entrada do meio-campo adversário e Edelberto correu isolado para a baliza, sem dar hipóteses ao desamparado Cobra. Corria o minuto 58 e estava sentenciado o jogo.

Com o segundo golo “foi-se” também fisicamente o Souropires, um aspecto que deixou muito a desejar. Só perto do final a partida voltou a ganhar vivacidade, primeiro pela agressão injustificável de David a um adversário, e depois com o “único” verdadeiro golo da partida. Jogada rápida, desmarcação exemplar e golo de Luís Pereira. Simples, fácil, bonito e 3-0 no marcador. Ao cair do pano, os algarvios quiseram agradecer a hospitalidade e, quando muitos já abandonavam o municipal figueirense, Baresi, que marcou o primeiro, fechou o resultado com um auto-golo. Instantes antes o árbitro, que só esteve mal a aplicar a lei da vantagem, equivocou-se e considerou nova agressão de Koffy, quando este disputou um lance mais duro. Num jogo de extremos, – o Almancilense (série F) é primeiro, só com vitórias, enquanto o Souropires (série C) é último só com derrotas – acabou por vencer o menos mau. No final, os adeptos do Souropires contestaram muito o técnico Manuel Barbosa, a quem muitos já antevêem o fim. O Sporting da Covilhã também foi eliminado (2-1) na deslocação ao terreno do Académico de Viseu. Os covilhanenses estiveram a perder por 2-0, golos de Nelson (44’) e Caju (46’), mas reduziram para 2-1 aos 60’, por Pimenta e desperdiçaram duas oportunidades soberanas para empatar. Aos 64’, por Tarantini, que atirou ao poste, e aos 78’, por Zé d’ Angola, que falhou uma grande penalidade. Isto tudo numa altura em que Covilhã jogou com dez elementos.

Carlos Coelho

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