Teoricamente, a recepção ao Manteigas era um jogo difícil para o Ginásio Figueirense, dada a rivalidade existente entre ambas as formações, mas também devido ao valor das mesmas. Contudo, desengane-se quem assim pensava e mais, não se admire se lhe disser que aos 15’, o jogo já tinha “terminado”. Com o 2-0 do Ginásio e a fraca resposta do Manteigas nesta partida, que só surgiu nos últimos dez minutos da primeira parte, pouco mais há a dizer.
Mas vamos à história do jogo. Para quem viu a derrota do FC Porto com o Beira-Mar e o golo de Beto, imagine-o no Municipal Figueirense. Decorridos que estavam dois minutos, num livre a uns 25 metros da baliza, Manuel Rodrigues “ajeitou” a bola, chutou-a levando-a a bater na barreira para fazer o primeiro golo do jogo. Estava inaugurado o marcador e o Manteigas ainda não tinha tocado na “borracha”. Nem tocou! Volvidos 13 minutos, de novo Manuel Rodrigues. Também de livre. De novo golo. Golo não, “frango”. E dos grandes. Diga-se em abono da verdade que estava feito o resultado e o jogo finalizado. Daí até final houve muito pouco para relatar, a não ser duas boas oportunidades para o Figueirense. Uma por Rutt, outra por Jorge Cordeiro, os dois centrais da equipa da equipa da casa, e os dez minutos finais da primeira parte, onde o ascendente dos manteiguenses levou os visitantes a tentarem chegar-se à frente. Mas sem êxito, já que nunca importunaram o guarda-redes da casa, Chico. Com o reatar da partida, nada de novo. Na segunda parte, e além de uma ou outra jogada de perigo (não mais que duas para cada lado), viu-se um Ginásio a gerir o resultado, mas também um Manteigas a não querer perder por mais. Resultado justo e merecido com o árbitro a ter uma actuação discreta, falhando aqui e ali apenas no aspecto disciplinar.
Uma última palavra para o jovem jogador Beto, do Manteigas, e a todos os outros. Os impropérios existem, agora pronunciá-los tantas e tão repetidas vezes fica mal, ainda para mais num estádio onde o eco os transporta na perfeição até às bancadas onde há homens, senhoras e crianças. Espera-se que os árbitros também actuem neste aspecto.
Carlos Coelho