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Vítimas da A23 reclamam 7 milhões de indemnizações

Advogado receia que as seguradoras só vão pagar «depois de condenadas pelo Supremo» e que vão tentar atrasar processo

As vítimas do acidente com um autocarro da Câmara de Castelo Branco na A23 querem sete milhões de euros em indemnizações, revelou esta semana um dos advogados.

O desastre de 5 de Novembro de 2007 resultou do embate entre um ligeiro, segurado pela Zurich, e um autocarro da autarquia que transportava alunos da Universidade Sénior, com apólice da Allianz. A condutora do veículo foi condenada pelo Tribunal de Castelo Branco em Dezembro de 2009 a quatro anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa, enquanto o motorista do autocarro foi absolvido. A automobilista recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra, assim como o Ministério Público, mas ambos os recursos foram negados. João Carlos Marcelo, advogado de sete feridos e das famílias de 14 mortos, entende que, «como a condutora do automóvel ligeiro foi condenada efectivamente em processo-crime, seria de bom tom [a Zurich] pôr o dinheiro em cima da mesa» no processo relativo às indemnizações.

Contudo, o seguro de responsabilidade civil do ligeiro não vai além dos 1,8 milhões de euros, enquanto o mesmo seguro do autocarro da Câmara de Castelo Branco cobre até 50 milhões de euros. «Conhecendo as nossas seguradoras, tenho a certeza absoluta que só pagarão depois de condenadas no Supremo Tribunal de Justiça, e se puderem atrasar o processo, fá-lo-ão», sublinhou João Carlos Marcelo, adiantando que também foram feitos pedidos de indemnização à Scutvias, concessionária da A23. Até agora, cada vítima do desastre só terá recebido um máximo de 35 mil euros, de um seguro de ocupantes opcional feito pelo município albicastrense junto da Allianz e de outro seguro de acidentes pessoais da Fidelidade contratado pela Universidade Sénior, noticiou a Lusa.

Ainda de acordo com João Carlos Marcelo, os pedidos de indemnizações «têm mais de meia centena de autores», entre os feridos sobreviventes e os cônjuges e herdeiros dos falecidos. Há outros quatro advogados a defender famílias de dois mortos e de dois sobreviventes do acidente.

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