De acordo com a Culturguarda EM e a Câmara da Guarda, entidades promotoras das visitas encenadas ao centro histórico da cidade, a iniciativa foi coroada de sucesso. Ao todo, entre as 41 sessões realizadas neste Verão, foram 1.512 as pessoas que aceitaram o repto de serem guiadas pelo “coração” da cidade mais alta por Álvaro Gil Cabral (alcaide da Guarda nos finais do séc. XIV).
Para o director da Culturguarda, o projecto designado de “Passos à volta da memória” revelou-se uma «experiência marcante em relação ao trabalho que se pode fazer de chamada de atenção para o património da cidade», sendo uma «ideia extremamente positiva e que se deve repetir». Américo Rodrigues faz também um balanço «positivo ao nível da adesão do público», revelando que houve «sempre» uma média superior ao número «recomendado» de 30 espectadores a acompanhar a visita, não tendo havido «nenhuma que deixasse de ser feita por falta de espectadores». Números que demonstram «a vontade que os turistas têm de descobrir as cidades desta maneira mais activa, que os interpela, os motiva e os sensibiliza». A iniciativa envolveu gastos na ordem dos 10 mil euros, comparticipados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional. O responsável disse-se «contente» com o balanço «artístico e cultural», anunciando novidades para 2011, que passam por «fazer algo semelhante não no Centro Histórico», mas na Sé Catedral, «à volta e dentro», indicou.
«Tendo em conta que a experiência deste ano foi tão interessante, queremos fazer algo que parece radical, à primeira vista, mas que julgamos que vai ter uma adesão grande», reforçou. Américo Rodrigues realçou que o objectivo é realizar visitas «todos os dias durante os meses de Julho, Agosto e Setembro», com excepção das segundas-feiras, dia em que o monumento está encerrado. Vai haver «uma personagem fictícia que será uma espécie de cicerone», havendo a intenção de «introduzir algumas frases em inglês e ou também em espanhol», de modo a que os turistas estrangeiros se possam aperceber da mensagem que está a ser transmitida. Mesmo fora deste período, poderá ser possível fazer «visitas “á la carte”, pedidas por instituições ou unidades hoteleiras», mas aí a troco de «alguma compensação». O responsável considera que «tem que haver mais ideias deste tipo», «às vezes são ideias muito simples a que chamamos “ovo de Colombo” mas que depois resultam e há público para elas», assegura.
Também a vereadora do Turismo na Câmara da Guarda se mostrou agradada com o resultado do projecto, que considerou um «sucesso total». Para Elsa Fernandes, esta iniciativa marcou «a diferença no panorama da Guarda naquilo que é criar uma identidade de gosto pela cidade e deixar história para o futuro», sustentando que «estamos a começar a criar pontos altos espalhados ao longo do ano que enfatizam e promovem a cidade», defendeu, aludindo à Feira de S. João e ao Julgamento e Morte do Galo.
Ricardo Cordeiro