Virgílio Bento sucede a António Saraiva na presidência do PS Guarda, ao obter mais de 70 por cento dos votos nas eleições para a concelhia da passada sexta-feira. Os 45 votos conseguidos por Nuno Almeida foram insuficientes para vencer uma lista que contava com os nomes do próprio António Saraiva, Joaquim Valente e Maria do Carmo Borges. O vencedor constatou o óbvio quando disse que os resultados mostram que a sua lista era «a mais forte».
Já Nuno Almeida sustenta que os apoios de alguns pesos pesados do partido ao adversário o deixaram «em desvantagem, à partida», apesar de reconhecer a «forma cordial» como decorreram as eleições. Dos 324 inscritos para o escrutínio da semana passada, apenas votaram157 militantes, mas esta participação reduzida deixou ambos os candidatos satisfeitos. Na ressaca desta vitória folgada, Virgílio Bento considerou que o resultado mostra que a sua lista é «a que melhor defende os interesses do maior partido da Guarda». Interesses que passam, necessariamente, por «ajudar o PS nas três eleições do próximo ano». Com as autárquicas, legislativas e europeias a aproximarem-se, Virgílio Bento quer preparar os socialistas para «sair à rua, para as freguesias e contactarem com os problemas das pessoas». O também vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara da Guarda clarifica igualmente que, enquanto presidente da concelhia do PS, saberá distinguir «o partido da autarquia».
Ainda assim deixa antever que será sua obrigação «apoiar e ajudar a Câmara nos combates eleitorais que se avizinham». Uma posição com a qual Nuno Almeida concorda: «A lista A e a lista B acabaram às 22 horas de sexta-feira. São opções e eu respeito a militância do meu partido», completa. Consciente de que o trabalho de Virgílio Bento será diferente daquele que ele mesmo propunha, o candidato derrotado diz-se pronto para assumir as responsabilidades, nomeadamente aquelas que os 45 votos conseguidos lhe conferem: «Os 30 por cento de votos obtidos dão-nos voz activa no partido», sublinha, acrescentando que o PS «precisa de actores próprios e independentes» na Guarda. Quanto às autárquicas, o assunto é pacífico, uma vez que os dois candidatos apoiam a recandidatura de Joaquim Valente à Câmara da Guarda.