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Vinte anos de história, cinco presidentes e muita polémica

Cronologia

Praticamente vinte anos depois de ter sido criado pelo decreto-lei n.º 303/80, de 17 de Agosto, o Instituto Politécnico da Guarda conheceu esta semana o seu terceiro presidente eleito. «O Interior» recorda aqui os principais momentos da sua já longa história. Tudo começa com a tomada de posse da primeira comissão instaladora a 28 de Janeiro de 83. Muito mais tarde, em Outubro de 86, têm lugar as primeiras aulas na Escola Superior de Educação, cujas actuais instalações foram inauguradas por Cavaco Silva a 14 de Outubro de 89. Entretanto, em Novembro de 85, foi criada a Escola Superior de Tecnologia e Gestão com o decreto-lei 46/85, mas alguns dos seus serviços só começaram a funcionar em 91 e com maior regularidade no ano seguinte. Numa fase intermédia, parte dos serviços da ESTG funcionaram no edifício dos Serviços Sociais, no antigo Magistério.

A ESE começou por leccionar cursos de Educadores de Infância e de Professores do Ensino Básico, com as variantes de Educação Física, Educação Musical e Português-Francês, enquanto as primeiras aulas na ESTG ocorrem em 87, com os cursos de Ciências da Computação e Gestão Informática. A primeira residência de estudantes – feminina – é inaugurada em 1990. Em 91, é criado o pólo de Seia, transformado este ano lectivo em Escola Superior de Turismo e Telecomunicações.

Os estatutos do Politécnico da Guarda foram homologados pelo despacho normativo n.º 765/94, publicado a 25 Novembro no «Diário da República», que classifica o IPG de «instituição de Ensino Superior, globalmente orientada para a prossecução dos objectivos do ensino superior politécnico».

Avelino Passos Morgado foi o primeiro presidente da comissão instaladora do IPG. A partir de Agosto de 85, seria João Raimundo a substituir o irmão do antigo reitor da UBI. Em Novembro de 94, Martins da Fonseca, então vice-presidente do Instituto, vê-se na contingência de ocupar a presidência depois de Raimundo ter sido detido em regime de prisão preventiva por suspeita de participação em associação criminosa.

Poucos meses depois, já em 95, o então presidente interino decide avançar com o primeiro processo eleitoral do IPG, ao qual concorrem duas listas lideradas por Amândio Baía e Bento Leal. A eleição ocorreu a 24 de Fevereiro daquele ano, com Bento Leal a sair do processo como o primeiro presidente eleito do IPG. Com a sua tomada de posse, a 12 de Junho de 95, terminou o regime de instalação. O IPG foi o primeiro dos 14 politécnicos que, na altura, ainda se encontravam em regime de instalação, a ver os seus estatutos aprovados pelo Ministério da Educação. Assembleia Geral, Presidente, Conselho Geral e Conselho Administrativo são, de acordo com os estatutos, os quatro órgãos do Instituto. Enquanto o Conselho Geral tem por missão definir as linhas de orientação do IPG, compete à Assembleia Geral, entre outras tarefas, eleger o presidente, cujo mandato é de três anos, renovável até ao máximo de dois mandatos consecutivos. Coisa que nunca aconteceu.

Em 98, José Alves, professor coordenador com agregação da Escola Superior de Educação, foi o único concorrente à sucessão de Bento Leal, do qual era vice-presidente, tendo sido eleito por 48 votos e 14 abstenções. Sucede-lhe, desde Dezembro de 2000, Jorge Mendes, também ele um vice a chegar à cadeira maior, escolhido à terceira volta naquele que foi o acto eleitoral mais disputado de sempre. A 19 de Março, o futuro do Politécnico volta a estar na balança eleitoral e mais uma vez no culminar de mais um momento conturbado da sua existência. Tudo indica que Joaquim Brigas, actual director da ESE e candidato derrotado há três anos e meio por Jorge Mendes, seja um dos candidatos à presidência. Em perspectiva, poderão também avançar o actual presidente e Constantino Rei, «candidato a candidato» assumido desde a última sexta-feira.

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