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Vinho tinto da Beira Interior faz bem à saúde

Estudo desenvolvido por investigadora da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI revela benefícios do vinho na prevenção do cancro do estômago

Os vinhos tintos produzidos na região da Beira Interior fazem bem à saúde. Quem o garante é Luísa Paulo, uma investigadora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), que desenvolveu um estudo, segundo o qual os néctares da região podem ajudar a prevenir doenças como o cancro do estômago.

«Analisámos 186 amostras de vinho tinto, não só da Beira Interior como de outras regiões do país, e quantificámos o resveratrol, que é uma molécula que está associada a benefícios para a saúde. Posteriormente verificámos que esta molécula estava presente em maior quantidade nos vinhos da Beira Interior, sobretudo aqueles que tinham a casta Touriga Nacional», explica a investigadora. De resto, através desta investigação – que deu origem a uma tese de doutoramento em Biomedicina – foi possível concluir que estes vinhos podem ser mesmo benéficos para a saúde. «Aplicámos as amostras a uma bactéria que está presente no estômago responsável pela formação do cancro naquele órgão e verificámos que o consumo do vinho iria inibir a multiplicação desta bactéria no estômago, daí que possamos concluir que uma pessoa que ingira estes vinhos terá benefícios ao nível da saúde», assegura Luísa Paulo.

Esta técnica superior do Centro de Apoio à Transferência Tecnológica Agro-Industrial, em Castelo Branco, lembra ainda que há estudos feitos em Espanha e França que vão ao encontro desta análise, como é exemplo o chamado “paradoxo francês”. «Os franceses têm uma dieta muito rica em gorduras, mas têm uma baixa incidência de doenças cardiovasculares, que também se deve ao consumo de vinho tinto com aquela substância anti-oxidante», explica. «Há ainda estudos que falam em benefícios ao nível da prevenção da diabetes, inflamações, cancros, ou doenças do foro cardiovascular, funcionando sempre mais como prevenção para este tipo de doenças», adianta a investigadora. Luísa Paulo, que conta já com algumas conclusões deste estudo publicadas em três revistas científicas internacionais, revela que a maior produção de resveratrol nos vinhos tintos da região se ficam a dever às amplitudes térmicas a que as videiras estão sujeitas.

Rafael Mangana

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