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Vindimas de 2010 na Beira Interior

Estamos neste momento em plenas vindimas na Região da Beira Interior. Mais a sul (na sub-região da Cova da Beira) estas, começaram nos inícios de Setembro, nas zonas mais a norte (nas sub-regiões de Castelo Rodrigo e Pinhel) as vindimas começaram na última semana.

As vindimas de hoje, em boa verdade, já não têm nada a haver, com as que se faziam no tempo dos nossos Pais e Avós; agora a vindima é feita por castas separadas (Touriga Nacional, Síria etc.), para que desta forma se tire o máximo do rendimento em termos qualitativos das uvas e em função do que se quer produzir. São feitas amostragens na vinha, para se definir o momento certo de colheita de cada casta. Se por exemplo, for para fazer Espumante normalmente a graduação alcoólica não passa os 11 º vol., para fazermos um tinto para um lote de qualidade a uva só será colhida quando tiver cerca de 13º ou 14 º vol., a isto tudo teremos de juntar a tecnologia posta ao serviço das adegas para que estas possam, cada vez dar melhor resposta, às solicitações do mercado, cada vez mais o consumidor e o mercado é que marcam a tendência!

Apesar das geadas tardias, ocorridas nos inícios de Maio e que provocaram grandes quebras de produção nomeadamente nas zonas de Vila Franca das Naves e Pinhel, para este ano, prevemos um aumento na produção na ordem dos 15% relativamente ao ano anterior, devendo a produção na região situar-se nos 22 milhões de litros de vinho. Este aumento, deve-se sobretudo aos cerca de 2 000 ha de vinhas ainda jovens plantadas recentemente e que estão agora a atingir a sua produção “ cruzeiro”. Relativamente à qualidade dos vinhos, ainda é cedo para a avaliarmos com maior exactidão, mas com os indicadores que temos neste momento, podemos dizer que será um ano de grande qualidade para os vinhos produzidos na Denominação de Origem Controlada (DOC) Beira Interior. Mas como diz o ditado “ até ao lavar dos cestos é vindima”!

O aparecimento nos últimos anos de produtores particulares (no total são cerca de 30) reflecte também o crescente interesse dos privados neste sector e mostra que a dinâmica e os exemplos de sucesso de alguns produtores podem ser “replicados” e com isso toda a região fica a ganhar uma vez que aumenta a massa crítica da Beira Interior.

A aposta em termos de promoção da região, vai manter-se nos mercados externos (Angola, Brasil, Canadá e EUA) com acções de promoção nesses locais, bem como com a vinda à Beira Interior de Importadores e Jornalistas desses Países com o intuito de mostrar a região e aproveitar as oportunidades de negócios daí resultantes. Este ano apostaremos também no mercado interno com acções de promoção na Beira interior e nas principais cidades portuguesas.

Por: Rodolfo Queirós *

* responsável pelo departamento técnico da Comissão Vitivinícola da Região da Beira Interior

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