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Vereador da Câmara do Sabugal acusado de «falta de ética política»

Participação em júri de concurso do vereador e candidato pelo PSD à autarquia está na base da acusação por parte do candidato do Partido da Terra

«A luta política não pode servir para espezinhar e maltratar os cofres das autarquias». É desta forma que Joaquim Ricardo, candidato independente pelo Partido da Terra (MPT) à Câmara do Sabugal, se dirige, em comunicado ao candidato do PSD, António Robalo.

Estas acusações surgem no seguimento da abertura de concursos para ocupação de vários postos de trabalho na autarquia, nas áreas de engenharia biotecnológica, comunicação e relações económicas, ciências agrárias, engenharia de ambiente, engenharia topográfica, acção social, arqueologia, psicologia, motoristas, jardineiros e canalizadores, num total de 13 lugares. O candidato pelo MPT estranha «o sentido de oportunidade» do referido concurso a dois meses das eleições autárquicas, bem como a composição do júri, que considera «ferida de legalidade». Joaquim Ricardo evoca a legislação, segundo a qual «o presidente e, pelo menos, um dos membros do júri devem possuir formação ou experiência na actividade inerente ao posto de trabalho a ocupar», para constatar que isso não se verifica neste concurso.

«Nem a formação, nem a experiência [de António Robalo, presidente dos respectivos júris] se enquadram nas áreas postas a concurso de comunicação e relações económicas, engenharia topográfica, arqueologia e psicologia», denuncia. Por isso, o candidato questiona o facto do social-democrata, actual vereador da autarquia, «se servir do poder que lhe é dado pelo actual responsável e à custa dele conseguir votos para a sua candidatura», considerando a situação «uma verdadeira vergonha, falta de ética e despudor dos mais elementares princípios democráticos». O INTERIOR confrontou António Robalo com estas acusações, mas o vereador invocou um comunicado da Câmara para declinar prestar declarações. Nesta missiva, o presidente da Câmara do Sabugal evoca o ditado popular que diz que «quem mal não faz, mal não pensa» e alega: «Para o candidato do MPT pensar tão mal disto, o que fará se puder?». Manuel Rito refere ainda que os júris foram por ele determinados, «seguindo a tradição de resolver os assuntos com a “prata da casa”», incluindo «tanto quanto possível», técnicos da áreas e vereadores em funções que, «obviamente, têm experiência nas áreas», sublinha o edil, que é o cabeça-de-lista social-democrata à Assembleia Municipal.

Comentários dos nossos leitores
duarte d@gmail.com
Comentário:
Venho por este meio informar que este concurso é uma pouca vergonha porque, pelo que vi depois de publicadas as actas das reuniões de avaliação curricular, nas quais tive a oportunidade de ver os nomes dos candidatos, posso afirmar que estes postos de trabalho estavam já entregues mesmo antes de abrir o concurso. Lamentável, mas real. E mais, até aposto que vamos ter futuros presidentes de juntas com cargos de superiores técnicos na Câmara. Boa tarde a todos.
 

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