Os bons ventos que sopram na Covilhã vão começar a render a partir de Outubro, após a entrada em funcionamento do Parque Eólico das Pedras Lavradas com 17 MW de potência, o primeiro do concelho.
O projecto, desenvolvido pela Enernova – Novas Energias, empresa do grupo EDP, vai abranger as freguesias da Erada e de Sobral de S. Miguel e render à Câmara 850 mil euros só na fase de instalação. O protocolo foi assinado na última segunda-feira e, para além dos 850 mil euros a pagar pelos 17 MW instalados (50 mil por cada um), representou ainda mais 50 mil euros para a autarquia pelo acordo. Uma comparticipação financeira que é um «sinal de reconhecimento pela colaboração» do município no projecto, frisou o administrador executivo da Enernova, António Gonçalves. O empreendimento faz parte de um outro que está a ser instalado na Serra da Alvoaça, em Seia. «São dois projectos, mas consideramos um só parque com uma potência total de 34 MW. Metade está no concelho da Covilhã e a outra em Seia», realçou aquele responsável, que expressou ainda a vontade de aumentar a potência deste parque eólico na cordilheira da Serra da Estrela com mais «40 ou 50 MW», entre 2008 e 2015, caso consiga essa potência no concurso público para atribuição de 1.500 MW aberto pelo Governo.
Em marcha está ainda outro projecto para licenciamento de 30 MW na região, mas o administrador executivo não adiantou pormenores. Entretanto, e tal como foi estipulado com o município senense, a Enernova irá pagar à Covilhã uma renda anual correspondente a 2,5 por cento da produção, que se estima em mais de 100 mil euros, para além da renda anual a pagar aos proprietários dos terrenos onde serão instaladas as torres. Carlos Pinto garantiu que o valor anual pago ao município será investido nas duas freguesias envolvidas, apesar «de ainda não estar nada regulamentado». Porém, o presidente da Câmara já foi adiantando que as verbas poderão não ser transferidas directamente, mas aplicadas em obras naquelas localidades. O parque eólico da Serra da Estrela, implementado na Serra da Alvoaça e na zona das Pedras Lavradas, deverá estar concluído até ao final do ano. No primeiro serão colocados 10 aerogeradores, mais sete no segundo, sendo que cada um deles terá 2 MW de potência. «Este é o primeiro passo para constituirmos mais parcerias, com a Enernova ou com outras empresas deste sector», referiu Carlos Pinto, adiantando que o município também está a tratar da construção de uma central de biomassa e de duas barragens. A empresa responsável pela construção e exploração destas infraestruturas irá ainda edificar «seis ou sete» mini-hídricas ao longo da Ribeira da Carpinteira.
Liliana Correia
