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Variante a Gouveia pode fechar

Falta de passagem superior no cruzamento de Aldeias vai ser analisada na próxima Assembleia Municipal

«Quantas mortes vai custar esta obra?». O medo dos habitantes de Aldeias marcou, no sábado, a inauguração da nova variante a Gouveia devido ao perigo gerado no cruzamento desta estrada, de duas faixas em ambos os sentidos, com a municipal que liga a freguesia à “cidade jardim”. Os protestos não interromperam a cerimónia, mas o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, foi confrontado com a exigência da construção «o mais rapidamente possível» de uma passagem superior para peões.

«A partir de agora estamos por nossa conta e risco com esta estrada», admitiu, resignado, um dos moradores, para quem «é incompreensível que ninguém se tenha lembrado deste pormenor, que pode salvar vidas». Também Álvaro Amaro classificou o «esquecimento» de «erro absurdo». No entanto, o presidente gouveense garantiu que a Estradas de Portugal (EP) já tem a decorrer o concurso público para a sua implementação. Isso mesmo reiterou Paulo Campos durante a sessão inaugural, ao anunciar que a passagem superior será construída até Julho. Mais demorada está a ligação de Gouveia à auto-estrada A25, que poderá fazer-se por Fornos. «O assunto está em estudo», admitiu, mas sem compromissos. Quanto ao IC7 e IC6, são «corredores fundamentais para esta região». No primeiro caso, disse que as obras do troço Catraia dos Poços (Arganil) e Vendas de Galizes (Oliveira do Hospital) poderão arrancar em 2007, revelando que a via deverá passar mais próxima da cidade. Já o segundo está em fase de estudo.

A variante a Gouveia é uma alternativa à EN232, que atravessa a cidade, e passa a ser a mais moderna porta de entrada e saída para o maciço central da Serra da Estrela. «É a maior obra de engenharia realizada em Gouveia nos últimos 50 anos, mas queremos que não seja a maior dos próximo 50 anos», sublinhou o presidente gouveense. Sobre o cruzamento das Aldeias, Álvaro Amaro anunciou que, na próxima Assembleia Municipal, colocará à votação a possibilidade de encerrar a via até que a passagem de peões fique pronta. A empreitada foi adjudicada, em Setembro de 2004, ao consórcio Gabriel A.S. Couto e Chupas & Morrão por 7,5 milhões de euros, dos quais mais de 4,5 milhões foram comparticipados por fundos comunitários. No entanto, o custo final ronda os 10 milhões, uma derrapagem explicada com os trabalhos de terraplanagem e impermeabilização dos terrenos necessários à estrada.

Luis Martins

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