Começa hoje o segundo Festival da Serra da Estrela, em pleno parque natural, na praia fluvial de Valhelhas. Seguem-se quatro dias recheados de música, actividades radicais, animação cultural e tasquinhas. Nesta segunda edição, a organização pretende consolidar o seu lugar na rota dos “festivaleiros”. O maior trunfo é a paisagem, com a Serra da Estrela como pano de fundo. Mas um programa alargado a quatro dias, a Feira da Juventude e as bandas portuguesas, como Blasted Mechanism, Boss AC ou Wraygunn, são outros fortes atractivos.
Durante um mês, cerca de 30 pessoas organizaram ao pormenor o recinto que vai receber sete bandas portuguesas, umas mais conhecidas do que outras, e muitos Dj´s. «A venda antecipada de bilhetes [que já terminou] correu melhor do que no ano passado», adianta Nuno Abrantes, da ESPVAL – Associação Sport Vale do Zêzere que organiza o evento, quando faltavam três dias para o início do festival. Na segunda-feira já tinham sido vendido 100 ingressos, cinco vezes mais que nas vésperas da edição anterior. Por isso, a organização está optimista e considera que «as expectativas para este ano são bem melhores do que no ano transacto». Até porque houve uma maior aposta na divulgação do evento e «as pessoas estão mais informadas», realça. Agora, a única preocupação de Nuno Abrantes é a condicionante metereológica, já que se prevê tempo instável para o fim-de-semana, «mas pode ser que esteja bem», augura. O orçamento previsto para este ano é de 140 mil euros, sendo que a organização espera a presença de cerca de três mil “festivaleiros”, o que «já seria óptimo», garante o jovem.
Quanto ao cartaz, Nuno Abrantes considera-o «mais comercial» do que na primeira edição, pois «é mais abrangente para chegar a vários públicos, com vários estilos de música, do “hip-hop” ao “reggae”». A ideia principal é trazer ao interior bandas nacionais e «dar a conhecer novos valores do pop português, mas também grupos e Dj´s da região», destaca. A grande novidade desta edição é a Feira da Juventude, que será organizada pela delegação regional do IPJ da Guarda. Durante o festival há vários espaços de debate e ateliers espalhados pelo recinto, onde se abordarão problemas como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, o consumo e a dependência de drogas, entre outros. O recinto acolhe ainda um parque radical, que vai animar as tardes do festival, para além da refrescante praia fluvial. Mas há mais. Está prevista uma zona para artesanato e para as tasquinhas regionais, onde se poderá promover todo o tipo de gastronomia e arte manual da região. Esta edição terá uma logística maior, nomeadamente um palco com 30 metros ou um sistema de iluminação reforçado, o que, para Carlos Vieira, representante da produtora Xinfrim Eventos, já é suficiente para «ser melhor do que no ano passado, desde o cartaz às condições».
Música invade hoje Valhelhas
Hoje sobem ao palco Dj Frisco, da Guarda, e Dj Guga, da Antena 3. Amanhã começam os concertos, com o rock como condimento principal. Primeiro com os Bombazine, uma banda local, seguindo-se os mais conhecidos X-Wife, Wraygunn e Blasted Mechanism. Já em “after hours” há música de Housanbass e Dj R Sound. O cartaz de sábado arranca com mais uma banda local, os 5 Time, que abrem o caminho a outras sonoridades como BoiteZuleika, Mercado Negro e Boss AC. Para animar a dança pela noite dentro estão convocados os Dj Martin e Nuno Miguel. A última noite é encerrada pelos Dj’s St@rtix, Mary Jane e Veiga. Todos os espectáculos estão marcados para as 22 horas. Os bilhetes variam dos 5 euros (para os dias 6 e 9, com campismo grátis) aos 15 euros, nos restantes, sendo que ingresso geral custa 27 euros.
Patrícia Correia