Arquivo

Valhelhas em exposição

Paço da Cultura acolhe mostra de objectos e afectos da aldeia do concelho da Guarda até 27 de Dezembro

Com a música tradicional da aldeia em pano de fundo, o visitante é tentado a descobrir o património e as vivências de Valhelhas na nona exposição “A Memória das Coisas – objectos e afectos”. A mostra está patente ao público até 27 de Dezembro na galeria do Paço da Cultura, na Guarda, todos os dias, excepto ao domingo, entre as 14 e as 20 horas.

Uma tenaz para carimbar, uma tesoura para cortar hóstias, uma balança romana, um saxador de milho, entre outros, são alguns dos objectos tradicionais de Valhelhas que se encontram expostos. Também a figura ímpar de José Castro, natural de Valhelhas, que foi advogado, político e redactor principal do jornal republicano “O Distrito da Guarda”, não podia deixar de estar representada nesta exposição através de um quadro. Personalidade influente no início do século XX, José Castro foi ainda deputado, senador, ministro da Guerra e da Marinha, bem como Grão-Mestre da Federação Maçónica de Coimbra e um dos homens da revolução republicana de 1910. Em termos patrimoniais, a mostra revela duas peças de rara beleza: a pedra de Ara de Valhelhas e o Marco Miliário. A primeira é parte de uma lápide funerária da época romana, encontrada durante a construção da igreja paroquial, o que leva a crer que o adro já fosse nessa época utilizado como monumento funerário. Quanto ao Marco Miliário faz parte da via romana que ligava Mérida (Espanha) a Braga, pelo ramal de Viseu, tendo sido encontrado no Galrado, na margem direita do rio Zêzere, e posteriormente levada para Valhelhas.

Numa pequena reconstituição da serra de Valhelhas, com espécies como o pinheiro bravo, castanheiro ou carvalho, os visitantes podem ainda observar a imagem de Santa Maria Maior, descoberta durante as obras da sacristia da Igreja Maior. A Santa Maria Maior é a padroeira da localidade, sendo frequentemente apelidada de “madrinha” por alguns habitantes de Valhelhas. Alguns manuscritos, um prato de Nuremberga (do século XVI), ou um quadro dedicado à aldeia são outros dos motivos de interesse da mostra. Quem gostou do que viu foi Gil Monteiro, habitante da Guarda, que considerou o nono capítulo da “Memória das Coisas – objectos e afectos” uma «exposição fantástica», optando por não salientar nenhum aspecto em especial, pois gostou «de tudo».

Sobre o autor

Leave a Reply