Joaquim Valente está apreensivo com o futuro do Hospital Sousa Martins, do Hotel Turismo e do TMG, três preocupações que manifestou ao secretário de Estado da Cultura no Dia da Cidade. Anteontem, Jorge Barreto Xavier, que viveu e estudou na Guarda, ficou encarregue de as transmitir ao Governo.
No seu discurso da sessão solene dos 813 anos da cidade, o presidente do município fez um balanço do atual mandato, recordando obras «que se tornaram estratégicas», como o Parque Urbano do Rio Diz, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, as infraestruturas da PLIE e os centros escolares do Vale do Mondego e da Sequeira. «As nossas áreas de intervenção fundamentais têm sido a educação, a qualificação, a cultura e o desenvolvimento social e humano. As circunstâncias emergentes tornam essencial que prossigamos esse caminho», declarou Joaquim Valente, considerando que nestes anos «não houve extravagâncias, nem criámos “elefantes brancos”». O autarca sublinhou também o município tem «enfrentado reservas» de empresários e potenciais investidores devido ao momento de «incerteza económica, fiscal e social» que o país vive. Avisou, por isso, que, num ano de eleições, «nos devemos desenganar em relação a promessas fáceis de novos e extraordinários mundos».
«Os tempos pedem verdade, bom senso e confiança», afirmou, dirigindo-se depois a Jorge Barreto Xavier, a quem pediu que «fosse solidário» com a Guarda e os guardenses. Nesse sentido, pediu ao governante que fizesse chegar ao Governo que falta concretizar o «compromisso assumido» pelo Estado para a requalificação do Hotel Turismo e para a instalação de uma escola de hotelaria «de nível internacional». Joaquim Valente recordou também que o novo hospital «não é uma arma de luta partidária», mas sim uma obra que «os guardenses querem ver concluída». O edil pediu ainda ao secretário de Estado que recordasse o executivo de Passos Coelho que a Guarda, enquanto cidade bioclimática, precisa do Centro de Investigação e Monitorização da Saúde e Bem-Estar a instalar num dos pavilhões centenários do antigo Sanatório que continuar por recuperar.
Finalmente, Joaquim Valente falou da cultura e dos «equipamentos de excelência» que a Guarda possui e que «a política cega em relação ao futuro das empresas municipais poderá por em risco». Jorge Barreto Xavier aceitou o repto e disse-se «portador das preocupações» de Joaquim Valente, mas sem se comprometer. O secretário de Estado da Cultura também evitou tomar uma posição no caso da extinção das empresas municipais de cultura, dizendo apenas que o Governo reunirá com as autarquias para «encontrar a melhor solução» para a gestão de uma rede de teatros municipais. Neste regresso à cidade onde cresceu, o governante manifestou-se «feliz» por estar na Guarda e elogiou o trabalho do Centro de Estudos Ibéricos (CEI), que considerou um exemplo das «possibilidades de cooperação e desenvolvimento» da região transfronteiriça. Na atualidade, devido à crise económica, «a ligação entre Portugal e Espanha é mais necessária do que nunca», defendeu.
Luis Martins
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