Joaquim Valente não está preocupado com as notícias que dizem que o anterior Governo propôs à “troika” o fecho do troço da linha da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã.
«Os trabalhos até à Guarda estão ativos, como o rebaixamento do túnel do Barracão para passar a catenária e a supressão de passagens de nível. Como estamos no final da linha, as intervenções fazem-se mais tarde e é preciso cortar totalmente a circulação. O que sei é que se está a cumprir a calendarização da obra», disse o autarca na última reunião de Câmara. Isto porque Rui Quinaz lamentou que só Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, tenha protestado contra o possível encerramento deste troço. «Da Guarda não se ouviu nada, o que é lamentável dada a importância desta via para a cidade», disse o social-democrata. Na resposta, Joaquim Valente quis tranquilizar o vereador da oposição, adiantando que, «para a CP, a linha da Beira Baixa até à Guarda é essencial para o transporte de mercadorias».
Rui Quinaz também quis saber se se confirma o fecho do Centro de Manutenção da REFER da estação da cidade, ao que que o edil respondeu afirmativamente, dizendo tratar-se de uma medida «perfeitamente normal» no âmbito de um processo de racionalização de recursos que a empresa está a levar a cabo. Conforme O INTERIOR noticiou na edição de 23 de junho, a REFER transferiu as chefias e alguns colaboradores para outros Centros de Manutenção, uma vez que a coordenação das atividades de manutenção da infraestrutura ferroviária da região já está a ser feita a partir de Coimbra, no caso da Linha da Beira Alta, e do Entroncamento, para a Linha da Beira Baixa. Por causa do possível fecho do troço Guarda-Covilhã, a Câmara da “cidade neve” já solicitou uma audiência ao secretário de Estado que tutela o sector para reclamar o restabelecimento desta ligação.
«Temos de manter aberta aquela linha para incrementar o tráfego de passageiros e reatar o de mercadorias», declarou Carlos Pinto, aludindo ao arranque da cobrança de portagens na A23, possivelmente em setembro. Recorde-se que, em março deste ano, a CP disse estar a estudar «um novo modelo de exploração» desta ferrovia, na sequência da eletrificação de todo o percurso ferroviário. O investimento «altera significativamente as condições de exploração desta linha, permitindo o abandono da tração diesel», esclareceu a empresa. No entanto, na mesma altura, a REFER confirmava a O INTERIOR que a reabertura da ligação Guarda-Covilhã pode demorar mais tempo do que inicialmente previsto. A circulação encontra-se suspensa desde Março de 2009, altura em que se iniciaram os trabalhos de melhoramento nesta via. «Em função de restrições financeiras, a empresa viu-se obrigada a proceder a ajustamentos na calendarização de um conjunto de investimentos, entre os quais está a Modernização do Troço da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda», sublinhou a empresa responsável pela gestão da infraestrutura da rede ferroviária nacional, que se escusou a adiantar uma data para a reabertura.
Luis Martins
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