Foi aprovada a candidatura do projecto “Arte Rupestre, do Côa a Siega Verde”, apresentada aos fundos comunitários do INTERREG conjuntamente pela Junta de Castela e Leão e o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).
A iniciativa tinha sido divulgada na passada quinta-feira em Vila Nova de Foz Côa, após a inauguração da exposição “De Foz Côa a Siega Verde” na sede do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). O objectivo é transformar o sítio espanhol numa extensão do Património da Humanidade no Côa. A maior parte dos 700 mil euros atribuídos vai ser aplicada no lado espanhol até 2010 de forma a viabilizar varias acções a nível da investigação, valorização e promoção. Entre elas há uma exposição itinerante – de rua –que ficará patente em várias cidades dos dois lados da fronteira. Segundo o arqueólogo e investigador António Martinho Baptista, as gravuras do Vale do Côa e de Siega Verde constituem «o principal núcleo de arte rupestre ao ar livre em todo o mundo e são um desafio para os investigadores e para o público em geral».
A Estação Rupestre de Siega Verde está situada nas margens do rio Águeda, a 15 quilómetros de Ciudad Rodrigo. As suas 600 gravuras, representando bisontes, renas e cavalos, datam do Paleolítico Superior (entre 20 mil e 12 mil anos antes de Cristo) e encontram-se ao longo de um quilómetro do vale do Águeda. Já no vale do Côa foram identificadas milhares de representações gravadas nos 17 quilómetros do parque arqueológico. O Paleolítico é o período dominante em ambos os sítios, mas estão presentes outras épocas num e noutro, o que os torna complementares, referem os especialistas. Entretanto, a exposição “Do Côa a Siega Verde” está patente na sede do parque arqueológico e na Aula Arqueológica de Siega Verde, com o objectivo de «sublinhar a articulação entre os dois sítios com arte rupestre paleolítica de ar livre», adianta o PAVC.