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Utentes da A23 e A25 anunciam buzinões e marchas lenta

Comissão contra as portagens continua a acreditar que o Governo vai recuar na implementação da medida agendada para 15 de abril

A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A23 e A24 continua a acreditar que é possível que a circulação naquelas autoestradas não venha a ser paga a partir de 15 de abril. Mas, até lá, o movimento não esmorece e anunciou, na semana passada, a realização de buzinões em várias cidades da região e uma marcha lenta convergente a 8 de abril nos distritos de Castelo Branco, Guarda, Viseu e Vila Real.

«Em 2004, toda a gente jurava a pés juntos que o Governo de então não recuaria e que iríamos ter portagens. Estamos em 2011 e ainda não temos portagens. Não estou a dizer que só não serão aplicadas por causa da substituição do Governo, mas apenas a recordar que “até ao lavar dos cestos é vindima”», realçou Francisco Almeida, o porta-voz da Comissão, durante uma conferência de imprensa realizada na semana passada. O primeiro buzinão decorreu na passada sexta-feira na Covilhã, o segundo no Fundão na segunda-feira, estando programado para hoje outro em Viseu e em Castelo Branco amanhã. Estas últimas ações coincidem com a entrega nos respetivos Governos Civis das assinaturas recolhidas até ao momento, sendo que ainda não havia data macada para a Guarda.

Até quarta-feira da semana passada tinham sido recolhidas 32.486 assinaturas na petição contra as portagens na A25, A23 e A24, das quais 551 correspondiam a subscrições de entidades coletivas, como empresas, Câmaras Municipais ou Juntas de Freguesia. Entretanto, anteontem, as assinaturas foram entregues na Assembleia da República. Os buzinões visam «mobilizar as populações para a ação de luta convergente», que incluirá marchas lentas nas três autoestradas a 8 de abril. Nesse dia, a partir das 17h30, caravanas automóveis de protesto sairão de Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Guarda, Viseu e Vila Real, sendo que a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A17, A25 e A29, na região de Aveiro, também se juntará a esta ação.

No encontro com os jornalistas, Francisco Almeida realçou que o 8 de abril ficará «marcado como um dia importante na luta contra as portagens em toda esta região de Vila Real a Castelo Branco». O porta-voz da Comissão espera uma «grande adesão» da população e disse acreditar que «vamos ter todos boas surpresas em termos da luta e da participação das pessoas». Avisa, de resto, que se o Governo não voltar atrás, os protestos poderão subir de tom: «Todas as iniciativas que tenham cobertura na legitimidade democrática podem acontecer organizadas por nós. Bloquear uma estrada? Porque não? Agora tudo ações que tenham enquadramento constitucional e legal», sublinhou. Francisco Almeida partilhou ainda da ideia defendida pelo movimento “Empresários pela subsistência do Interior” de que o «Estado não vai pagar as SCUT», mas sim «ganhar muito dinheiro» se vier eventualmente a portajar estas estradas: «Estamos a falar de 7/8 cêntimos ao quilómetro. Isto é um disparate, um camião TIR pagar 100 euros para ir e vir de Vilar Formoso a Aveiro. Isto já não é para pagar o alcatrão e as obras, nem a sua manutenção, mas deve dar para faturar para os PEC’s e para os défices», ironizou.

Ricardo Cordeiro O dia 8 de abril «ficará marcado como um dia importante na luta contra as portagens nesta região de Vila Real a Castelo Branco»

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