A confirmar-se a proposta do Governo para o Orçamento de Estado de 2013, a Universidade da Beira Interior (UBI) vai sofrer um corte adicional de 1,7 milhões de euros relativamente a 2012, o equivalente a um mês de salários. O reitor garante que «já não é possível cortar mais» e que não haverá despedimentos, pelo que o funcionamento da instituição poderá ser afetado.
Numa declaração conjunta, lida na passada sexta-feira à mesma hora em todas as universidades públicas, os reitores afirmaram que estas são «uma esperança maior e o mais promissor motor da mudança que Portugal necessita de consolidar para sair da crise». Na Covilhã, João Queiroz também avisou para a «absoluta necessidade de evitar a desintegração do sistema universitário português», anunciando que os reitores vão fazer amanhã, em Coimbra, uma comunicação solene ao país. «Sem as universidades, o futuro do país será muito mais sombrio e a soberania nacional, alimentada pela afirmação do conhecimento, ficará diminuída», realçaram os reitores. Na base dos protestos, que subiram de tom nos últimos dias, estão os «fortes cortes orçamentais» previstos na proposta de Orçamento de Estado para 2013. A aprovação deste documento provocará uma redução média de 9,4 por cento (no caso da UBI, será de 8,9 por cento) nas dotações a atribuir às universidades, em comparação com este ano.
Apesar das dificuldades esperadas, o reitor da UBI voltou a garantir que não haverá despedimentos, até porque «o número de professores e de funcionários não é o suficiente para as atividades que temos». João Queiroz salientou que o número de alunos tem vindo «a crescer significativamente», assim como as atividades realizadas com o exterior, pelo que «precisamos é de mais e teremos que lutar por ter condições para ter mais professores e funcionários». De resto, o responsável assegurou que a UBI tem reduzido os custos de funcionamento com «uma gestão bastante mais rigorosa e isso não tem tido compensação porque já não é possível cortar mais». Contudo, admitiu «que todos os cenários são possíveis», como «não ter dinheiro para pagar o aquecimento ou, se calhar, termos turmas de cem alunos em vez de 50 alunos ou fechar a biblioteca a outras horas para a universidade honrar os seus compromissos e pagar todos os ordenados».