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UNACOBI avança com central de compras conjunta

Estudo sobre “Estratégia de Desenvolvimento do Sector Vitivinícola na Região da Beira Interior” foi apresentado em Lisboa

A UNACOBI (União das Adegas Cooperativas da Beira Interior) vai avançar com a criação de uma central de compras conjunta para as cinco adegas que a compõem. Esta foi uma das principais acções anunciadas na última sexta-feira, em Lisboa, na apresentação do estudo “Estratégia de desenvolvimento do sector vitivinícola na região da Beira Interior”. Na cerimónia, que contou com a presença de Jaime Silva, novo ministro da Agricultura, foram também promovidos os melhores vinhos da Beira Interior.

A criação de uma central de compras comum vai possibilitar a concentração do volume de encomendas de bens e serviços necessários às cinco adegas, bem como a operacionalização de um processo sistemático de identificação, selecção e avaliação de fornecedores. Deste modo, as Adegas Cooperativas de Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Covilhã, Beira Serra (Vila Franca das Naves) e Fundão poderão beneficiar de algumas vantagens na sua gestão. Assim, alguns dos objectivos que se propõem atingir com a criação da central de compras são o acesso a um maior número de fornecedores e gama de bens e serviços, bem como a redução dos custos de aquisição de bens e serviços comuns às adegas, dos gastos inerentes ao processo de encomenda e do tempo de ciclo da compra, através de um planeamento efectivo das encomendas. Para além da criação desta central de compras, outra medida a colocar no terreno é uma «acção de promoção e valorização conjunta dos vinhos da Beira Interior», adianta Mário Ferreira da Silva, director-geral da UNACOBI. Para este responsável, o estudo divulgado na semana passada é «fundamental para o arranque e reestruturação de toda a vinha e de todo o sector vitivinícola da Beira Interior», tendo como objectivo primordial a definição da estratégia de desenvolvimento do sector, «de forma a reforçar o seu posicionamento e a aumentar a sua competitividade».

UNACOBI produz 50 milhões de litros de vinho

De resto, apesar do estudo não poder ser visto como a «panaceia para todos os males, «de certeza que vai dar uma ajuda», garante Mário Ferreira da Silva, que enaltece o facto de existir actualmente uma «uma estrutura e um pensamento de região e não apenas de adegas, o que é importante». Neste âmbito, a própria central de compras poderá «melhorar a forma de comprar de cada uma das adegas», até porque haverá uma «permanente ligação» entre as várias partes. Três pontos «fundamentais» do estudo são a identificação da situação actual do sector vitivinícola na Beira Interior, incluindo as suas potencialidades e constrangimentos, a definição de orientações estratégicas de desenvolvimento do sector e a determinação de um plano de acção para a operacionalização do estudo. Em relação ao panorama actual dos vinhos na região, o director-geral da UNACOBI assegura que o estudo serviu para constatar que as adegas estão «bastante melhor que há uns anos atrás e com alguns sinais de melhoria evidente, quer no sector comercial, quer no de produção e na própria tecnologia com que fabricam os vinhos», sublinha.

Outra prova é de que, neste momento, todas as adegas têm enólogos residentes, o permite que os vinhos sejam acompanhados diariamente. Só as cinco cooperativas que integram a UNACOBI produzem aproximadamente 50 milhões de litros de vinho por ano, sendo que se pretende «vender o mais possível engarrafonado porque é isso que vai dar mais-valias para que as adegas possam melhorar o que pagam aos agricultores», revela. Quanto à produção de vinho deste ano, apesar de reconhecer que a prolongada seca poderá gerar efeitos negativos, Mário Ferreira da Silva ainda acredita que se vai «a tempo de a salvar», já que «se chover de uma forma consistente, as adegas poderão ter uma produção semelhante à do ano anterior». À margem do estudo propriamente dito, a comitiva da UNACOBI ficou bastante agradada com a posição do Ministro da Agricultura, «que mostrou ser uma pessoa bastante sensibilizada para o vinho», para além de o considerar um «sector prioritário da economia portuguesa», indica Mário Ferreira da Silva. Mas agora «há que esperar para vermos quais as atitudes que vão ser tomadas», frisa.

Ricardo Cordeiro

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