De acordo com o que era razoavelmente previsível, as eleições para os órgãos autárquicos do concelho da Guarda, ocorridas em 11 de Outubro, foram ganhas pelo Partido Socialista. Os resultados para as Assembleias de Freguesia, para a Câmara Municipal e para a Assembleia Municipal atestam uma vitória muito confortável, reforçando a que obtivera em 2005.
Participei, com regularidade, na campanha eleitoral e também no período que a antecedeu. Assisti a várias sessões durante a pré-campanha que, pelo entusiasmo que suscitaram, prenunciavam uma campanha dinâmica, esclarecedora, capaz de catalisar vontades e propiciar diversas convergências na prossecução dos objectivos constantes do programa eleitoral da candidatura de Joaquim Valente à Câmara Municipal da Guarda.
Na minha qualidade de mandatário da referida candidatura, intervim na memorável sessão de 28 de Setembro, na Praça Velha, no comício final realizado em Fernão Joanes e assinei dois textos nos dois números do jornal da candidatura. Tive, pois, a possibilidade de exprimir publicamente a minha convicção nas potenciais capacidades dos candidatos e, de forma muito particular, nas de Joaquim Valente, já eleito em 2005, e que se recandidatava à presidência do município. Muito me apraz constatar que os factos me vieram dar total razão.
Assisti às mais importantes intervenções proferidas pelo Engenheiro Joaquim Valente e pude confirmar in loco as qualidades que, de há muito, lhe reconheço. Relevo agora a serenidade que sempre emprestou ao discurso, a autenticidade que lhe imprimiu, a lhaneza da linguagem simples e directa com a qual teve o condão de esclarecer quem o ouviu. Relevo também a postura tranquila e a grande afectividade que, indiscutivelmente, caracterizam o seu perfil. Era evidente a simpatia com que sempre o recebiam. A espontaneidade com que as pessoas se lhe dirigiam sublinhava o tratamento amigo em que se sentia envolvido e que, notoriamente, lhe agradava. Relevo ainda a sua capacidade de liderança aliada a uma sadia franqueza e honestidade no relacionamento. Tudo somado fazia de Joaquim Valente um antecipado vencedor. Rodeado por um excelente elenco de candidatos, ajudado por uma esforçada e dinâmica equipa de colaboradores optimamente orientada pelo Pires Veiga, director de campanha, estavam criadas as condições para a obtenção dos resultados que se vieram a verificar. Eles falam por si e não necessito de os comentar. Outros o farão melhor do que eu. Realço a maturidade de que os eleitores deram sobejas provas, expressas na votação já divulgada pelos diferentes órgãos de comunicação social. O voto, em democracia, é soberano. Os munícipes do concelho da Guarda, ao darem uma maioria absoluta reforçada ao executivo da Câmara Municipal, exprimem a sua confiança naqueles que irão dirigir os destinos da autarquia. Outro tanto se passa em relação às Assembleias de Freguesia ganhas, em expressiva maioria, por listas de candidatos do Partido Socialista. Também na Assembleia Municipal, ao obter 31 mandatos, a lista do Partido Socialista saiu reforçada, reconfirmando João de Almeida Santos como seu Presidente.
Tudo isto contribuiu para a festa que, em frente da sede de candidatura, coroou esta inquestionável e merecida vitória. Como mandatário vivi-a com orgulho, no meio da multidão que, entusiástica, quis associar-se a tão expressivos resultados.
Cheguei a casa e a televisão transmitia ainda resultados, comentários, entrevistas e declarações relacionadas com este acto eleitoral para as autarquias. Interessavam-me também os resultados nacionais e, particularmente, o que aconteceu em Lisboa.
Tive então a oportunidade de ouvir a declaração de Santana Lopes assumindo a derrota. Fê-la com elegância e grande dignidade. Deu os parabéns ao vencedor, desejou-lhe felicidades no desempenho do cargo e disse que iria ponderar a sua integração, como vereador, no executivo da Câmara Municipal de Lisboa. Gostei. Apesar da normalidade da atitude, a democracia saiu reforçada.
Por: António José Dias de Almeida *
* mandatário da candidatura do PS à Câmara da Guarda
