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Uma marca para a Guarda

Uma das maiores conquistas do 25 de abri, foi o Poder Local. É este o poder que, em Portugal, se encontra mais próximo das pessoas, de uma forma geral, mais perto dos problemas concretos das populações. Esta situação tem sido ao longo dos 40 anos de Democracia evidenciada pela forma como os eleitores demonstram a sua maturidade política, votando não só em cores políticas diversas das que votaram, por exemplo, para a Assembleia da República, como também em candidaturas independentes, cujo exemplo mais marcante foi este ano a vitória de Rui Moreira no Porto. É aqui que está a essência e a beleza da política e da própria democracia. Mas isto não resolve tudo.

As autarquias têm-se mostrado, ao longo do tempo, locais de compadrios, gestão danosa, tráfico de influências e de lutas políticas intestinais. Isto já não é exemplo para a Democracia. Agora que se iniciaram novos mandatos autárquicos, deverão os novos autarcas ter em atenção que 43 por cento dos crimes por corrupção que assolam o nosso país estão ligados aos municípios. Os novos autarcas deverão ter como princípio primeiro a boa gestão da coisa pública, apostar na qualidade de vida dos seus munícipes, na criação de melhores condições de vida, na manutenção dos espaços públicos, neste contexto de emergência social criar condições que minimizem a degradação do nível da qualidade de vida das pessoas e ainda lutar pelo desenvolvimento dos seus concelhos numa perspetiva de criação dos almejados postos de trabalho de que tanto se necessita para o progresso das suas terras e das suas gentes.

É isto que se pede ao nosso novo autarca. A criação de uma “marca” para a Guarda é um imperativo. A Guarda não pode ser olhada unicamente como a cidade dos cinco “F”, não pode ser só olhada como a cidade mais alta de Portugal, a Guarda tem que atrair as pessoas, empresários e tirar partido daqueles que ingressam no nosso Instituto Politécnico, criando-lhe condições para se radicarem na Guarda e aqui criarem o futuro para os seus. A Guarda tem que criar “massa crítica”, tem que atrair pessoas, tem que tirar partido da sua posição geoestratégica no contexto nacional, tem que potenciar e implementar um projeto com a dimensão que é a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, tirando partido de todas as suas valências e que foram as bandeiras da sua criação. Tem que implementar os projetos que os anos de governação autárquica socialista deixaram cair, como por exemplo o Museu da Água, o Centro de Interpretação da História de Portugal, projetos âncora que dariam à Guarda a “marca” de que tanto necessita.

A Guarda não pode continuar a vegetar no marasmo que foram as governações socialistas. Os guardenses esperam que esta nova “luz” que se acendeu no nosso concelho possa iluminar o seu desenvolvimento, criando condições para que nos possamos orgulhar de um concelho ao qual acrescentamos mais um “F” o de FUTURO.

Por: Cláudia Teixeira

Comentários dos nossos leitores
Félix Fernandes stillinguarda@gmail.com
Comentário:
Não sei se terá a ver com anteriores governos socialistas, porque três (3) anos depois da ascensão do atual Governo nada parece ter mudado. Talvez a culpa não seja dos governantes e sim da massa eleitoral que é demasiado ignorante para saber o que quer. Se juntarmos a corrupção institucional e a vaga anarquista popular que imperam na cidade, o panorama não pode ser mais esclarecedor.
 

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