Escrevi na semana passada sobre o “tsunami” que espreitava a governação de Furfur. De facto, há um PS que merece esta crise e este processo de destruição. Uma governação que se projecta no elogio fácil, no vitupério, que apenas no seu discurso percebe o néon e a instalação, teria o seu caminho barrado pela náusea. É que tamanha incapacidade em escutar e perceber argumentos diversos conduz à exaustão. Este PS cria-se de um conjunto de princípios de interesse inestimável sobre verdades que o não são. E isto só é possível a quem não trabalhou na rede que somos nós. Os portugueses têm muitos defeitos, mas têm muitas virtudes e não precisam de teorias chilenas, finlandesas e outras patéticas estratégias para encontrar o seu caminho de sucesso. Se nos perguntarem e ouvirem, se nos colocarem questões, seremos como todos os outros, às vezes palermas, outras egoístas, muitas acertivos e com certeza muitas vezes inventaremos soluções fascinantes. Há uma capacidade de improviso inestimável, um empenhamento de muitos que não pode ser menosprezado e a inteligência de todos que não podia ser desapreciada. Será que Sócrates entendeu agora? A escolha constante fora do partido desmobiliza. O desprezo do aparelho e dos seus quadros que não vivem da política afasta. O grave é que são os profissionais da política, os da carreira, as viúvas de alguns, os filhos de outros e os “velhos companheiros” que mais desprezam a estrutura que lhes dá de comer. Gente que se não candidata a nada, mas surge em lugares de bom salário para quem seria incapaz de produzir um sem favor. A malha que senti como minha também é a resposta dos que pagamos impostos ao Governo surdo, tacanho e voraz de José Sócrates.
Por: Diogo Cabrita