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Uma história

O Liceu nos jornais da República

O Jornal do Povo, semanário independente da Guarda, na edição do dia 25 de Outubro de 1910, 20 dias depois da Revolução, contava um episódio relacionado com o Liceu da Guarda. Era a propósito da eleição do Reitor. Começara-se então a eleger o reitor através do voto dos professores efectivos. Sendo estes na altura apenas 5, aconteceu que houve um professor com dois votos, e três professores com 1 voto. Ficou eleito assim um professor sem ter a maioria dos votos, incluindo ainda provavelmente o próprio voto do eleito. O jornal chega mesmo a referir que o outro que votou no reitor “de combinação com o outro” até se ia aposentar… Nada que hoje em 2010 não fosse considerado normal.

Mas este jornal de índole republicana, chamando a este reitor “thalassa”, achava tudo isto indecente até pelo facto de o novo reitor não ser um republicano convicto. Diz o jornal do Povo”: o reitor é um thalassa faccioso, dos mais thalassas desta terra, que ainda há pouco, propondo um dos professores que se enviasse uma saudação ao presidente do governo provisório da República, se quis opor declarando que o momento não era oportuno”. E conclui, dirigindo-se directamente ao Sr. Ministro do Interior, que “colocar um thalassa à frente do primeiro estabelecimento de instrução de um distrito, contra o voto da maioria dos professores, é uma coisa que não faz sentido”.

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